Pelo menos 950 mil refugiados rohingyas vivem em Bangladesh, fugindo da perseguição em Mianmar
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), pelo menos 180 migrantes rohingyas, que estavam à deriva há várias semanas no Oceano Índico, podem estar mortos, após parentes perderem o contato com eles.
O anúncio foi feito pela conta do Twitter do ACNUR dedicada à região da Ásia e Pacífico no sábado, 24. Segundo a postagem, o barco partiu de Bangladesh em novembro, com homens, mulheres e crianças a bordo, junto com outro barco que foi recentemente resgatado em águas do Sri Lanka.
De acordo com relatos, a embarcação foi avistada em condições precárias nas costas da Tailândia, Índia, Malásia e Indonésia e teria começado a rachar no início de dezembro, quando as famílias dos ocupantes receberam um pedido de ajuda. “Os parentes perderam contato. Os últimos que tiveram contato presumem que todos estão mortos”
O ACNUR ressaltou que, se verdadeira, esta será uma notícia devastadora e repetiu os apelos aos Estados da região para que ajudem a salvar as vidas dos rohingyas no mar. “Isso deve ser uma prioridade”, disse a publicação.
No domingo, 25, uma embarcação de madeira, com motor danificado, chegou ao oeste da Indonésia com 57 refugiados rohingyas, todos homens, de acordo com a polícia local. Eles estavam no mar há um mês.
Milhares de rohingyas, minoria muçulmana perseguida em Mianmar, país de maioria budista, abandonam todos os anos os acampamentos de refugiados de Bangladesh para tentar chegar, pelo mar, à Malásia ou Indonésia, mas muitos morrem durante a travessia perigosa, realizada em embarcações precárias e superlotadas.
De acordo com o ACNUR, pelo menos 950 mil refugiados rohingyas vivem hoje em campos de refugiados em Bangladesh. Centenas de outros que vivem em comunidades e localidades fora dos campos podem não estar inclusos, elevando ainda mais a população rohingya refugiada no país.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação Virtual