Os deslocados pelo golpe se somam a outros grupos deslocados pela violência no país
Após a queda do governo de Aung San Suu Kyi, em 2021, o número de deslocados em Mianmar já superou 1 milhão de pessoas, de acordo com informações divulgadas pelo Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), nesta terça-feira,1.
Pelo menos 700.000 pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas em Mianmar desde a queda do governo, no ano passado, e o início de combates armados entre milícias civis, que lutam contra o golpe, e a junta militar. Os conflitos, segundo a organização, já destruíram cidades inteiras e levaram a execuções em massa e ataques aéreos contra civis.
Os deslocados pelo golpe se somam a pelo menos 346.000 deslocados no país, entre eles as pessoas afetadas por conflitos de longa duração com grupos rebeldes na fronteira de Mianmar com Tailânda e China e os muçulmanos rohingyas, obrigados a abandonar suas casas durante uma repressão brutal em 2017.
De acordo com a OCHA, cerca de 12.000 propriedades civis foram queimadas ou destruídas desde o golpe, e as chuvas de monção ameaçam aumentar a miséria para os que vivem nos acampamentos de deslocados pelo país. Segundo a organização, pelo menos 300.000 dos deslocados pelo golpe são da região noroeste de Sagaing, onde acontecem conflitos constantes.
Desde o golpe, mais de 1.800 pessoas morreram e mais de 13.000 foram detidas na repressão da junta, segundo uma ONG local.