Número é o dobro do ano anterior, quando foram registradas cerca de 1700 mortes
Mais de 3.000 migrantes morreram ou desapareceram no mar enquanto tentavam chegar à Europa em 2021, informou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) nesta sexta-feira, 29. As fatalidades foram registradas nas rotas do Mediterrâneo e do noroeste da África, as mais comumente usadas por migrantes africanos que tentam chegar aos países europeus.
Do total, pelo menos 1.900 perderam a vida durante a travessia do Mediterrâneo e outros 1.100 morreram ou desapareceram na rota do noroeste da África, tentando chegar às Ilhas Canárias, na Espanha. Segundo a Agência, os números de 2022 já são alarmantes, com pelo menos 478 mortes desde janeiro
Shabia Mantoo, porta-voz do ACNUR, pediu durante uma coletiva de imprensa que seja dado “suporte urgente para prevenir as mortes e proteger refugiados e requerentes de asilo que embarcam em perigosas jornadas por terra e mar”. Ainda segundo Mantoo, a pandemia de Covid-19 e o consequente fechamento das fronteiras levaram “muitos migrantes e refugiados desesperados a pedir ajuda de traficantes” na expectativa de facilitar sua entrada em países europeus.
O número divulgado nesta sexta é o dobro de 2020, quando foram registradas cerca de 1.700 mortes ou desaparecimentos durante a tentativa de chegar à Europa. A maioria dessas pessoas vem de países da África e cruzam o mar em botes infláveis superlotados, que muitas vezes desaparecem completamente no mar.
Durante a coletiva, Shabia ainda afirmou que os Estados, tanto europeus quanto africanos, devem garantir o acesso humanitário desimpedido para a prestação de serviços essenciais aos migrantes, para que seja possível verificar se há necessidade de oferecer proteção internacional a estes. “Caso contrário, refugiados, requerentes de asilo, deslocados internos e outros continuarão a seguir em perigosas jornadas em busca de segurança e proteção”, completou Mantoo.