Fome na América Latina e Caribe motiva migrações, diz PMA

Durante a crise alimentar gerada pela pandemia da Covid-19, pelo menos 150 mil pessoas migraram pela selva de Darien entre a América do sul e do norte

De acordo com dados divulgados pela diretora regional do Programa Mundial de Alimentos na América Latina e Caribe (PMA), Lola Castro, na terça-feira, 14, a região tem 11% do total de pessoas em situação de insegurança alimentar moderada e grave no mundo. De acordo com a agência, a fome na região leva as pessoas a se arriscarem em rotas migratórias perigosas, como a selva de Darien, no Panamá.

De acordo com Castro, a América Latina e o Caribe mostravam sinais de recuperação no final de 2021, quando o número de pessoas em insegurança alimentar grave caiu para 8,3 milhões, após chegar a 17,2 milhões durante a pandemia da Covid-19. No entanto, dados mais recentes do PMA indicam que 9,7 milhões de pessoas estão em extrema insegurança alimentar nos 13 países onde o PMA tem presença.

Dados da agência apontam que esse número pode subir para 14 milhões de pessoas, se aproximando dos níveis alcançados no auge da pandemia. Atualmente, 2,3 bilhões de pessoas vivem em insegurança alimentar moderada e grave no mundo, sendo que 11% desse total são pessoas que vivem em países latino-americanos e caribenhos. De acordo com Lola, a insegurança alimentar contribui para o aumento nas migrações, não apenas para o norte do continente, mas também para países do sul, como o Brasil e Chile.

Migrações aumentam em rotas perigosas

De acordo com a diretora do PMA na América Latina e Caribe, a deterioração das condições de vida deixou pouca opção as pessoas a não ser sair de suas comunidades, mesmo com risco de morte. Um desses grupos, segundo ela, são migrantes haitianos que, durante a pandemia, foram para Brasil e Chile à procura de trabalho, muitos por caminhos perigosos.

Castro explicou que os migrantes deixam suas casas por terem perdido tudo para a “crise climática” e insegurança alimentar. Outro fator determinante na migração são a violência e criminalidade nas comunidades. Para ela, um dos sinais mais claros do desespero das pessoas é o fato de que elas estão dispostas a arriscar suas vidas atravessando a Passagem de Darien, no Panamá, uma rota de floresta fechada, árdua e perigosa na América Central que permite o acesso do sul do continente ao norte.

De acordo com Lola, um número cada vez maior de pessoas está arriscando suas vidas na Passagem de Darien. “Essa rota foi atravessada por 5 mil pessoas em 2020, mas em 2021 essa quantidade aumentou para 151 mil. Uma rota sem rodovias, na qual as pessoas têm que caminhar dez dias pela selva, em que muitos morrem, e que é uma das mais perigosas do mundo”, afirmou Castro.

De acordo com dados da ONU, das 69 economias que estão passando por problemas alimentares, energéticos e financeiros, 19 estão na região da América Latina e Caribe.

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