Os migrantes estão a bordo de navios de duas ONGs humanitárias
Dois navios humanitários se preparam para desembarcar nesta quinta-feira, 9, mais de 440 pessoas resgatadas no Mediterrâneo, após o navio humanitário Mare Jonio, da ONG Mediterranea, ter feito um ultimato à Itália, que autorizou o desembarque no porto de Pozzallo, no sul da Sicília.
Na quarta-feira, 8, a tripulação do Mare Jonio ameaçou entrar no “primeiro porto acessível” sem autorização, caso seu pedido de desembarque não fosse atendido em um prazo de 10 horas. A bordo do navio estão 92 pessoas, que incluem cerca de 30 menores desacompanhados, que foram resgatadas em duas operações entre 5 e 6 de junho, próximo da Líbia e de Malta, em águas internacionais.
Além do Mare Jonio, o navio Sea Watch 3, da ONG alemã Sea Watch, também foi autorizado a desembarcar 352 migrantes, entre eles 120 menores desacompanhados, no porto de Pozzallo. Na quarta-feira a organização afirmou que o navio ainda esperava um porto após quatro dias.
As ONGs acusam o governo italiano de atrasar a atribuição de portos aos navios de resgate com o objetivo de convencer as pessoas a não tentarem a perigosa travessia pelo Mediterrâneo, saindo de países do norte da África. A ONG SOS Mediterranée, que já resgatou cerca de mil migrantes desde o início do ano, pediu na quarta-feira pela criação de um mecanismo de solidariedade europeu para evitar tais atrasos.
O navio Ocean King, da SOS Mediterranée, resgatou cerca de 300 pessoas em maio, entre eles um bebê de três meses e seis mulheres grávidas, mas esperou dez dias para desembarcar em um porto seguro. Desde o início do ano, cerca de 17 mil pessoas já atravessaram o Mediterrâneo central, considerada a rota migratória mais perigosa do mundo, de acordo com o Ministério do Interior italiano.