Floresta panamenha é utilizada como rota migratória para chegar aos Estados Unidos
Em 2022, mais de 158 mil migrantes atravessaram a floresta de Darién, no Panamá, a caminho dos Estados Unidos. A maioria dos migrantes é de origem venezuelana, segundo dados oficiais obtidos pela AFP. O número já supera o registrado em todo o ano de 2021, de 133 mil pessoas.
O número registrado em 2021 já foi mais que o acumulado em toda a década anterior e continua a crescer. No ano passado, pelo menos 2.819 venezuelanos atravessaram a floresta, contra 113.000 até agora este ano.
O mês de setembro foi o período em que mais migrantes foram registrados na rota, com 48 mil registros. Somente nos três primeiros dias de outubro mais de sete mil migrantes atravessaram a floresta.
De acordo com os dados, enquanto em 2021 a maioria dos que atravessavam a floresta eram haitianos e cubanos, em 2022 a maioria são venezuelanos e equatorianos, mas também há asiáticos e africanos. Por causa do grande fluxo de migrantes que chegam ao Panamá, o país pede ajuda internacional para enfrentar o fenômeno.
A fronteira entre Panamá e Colômbia, que tem 266 km, se transformou em um corredor para os migrantes, principalmente da América do Sul, que cruzam a América Central em seu caminho aos Estados Unidos. Aqueles que conseguem concluir a travessia, chegam ao México, de onde tentam cruzar ilegalmente a fronteira com os EUA, onde mais de 155.000 venezuelanos já foram apreendidos em 2022, segundo o Serviço de Proteção de Fronteiras dos EUA.
A floresta de Darién, de 575.000 hectares, é considerada uma das rotas mais perigosas e mortais do mundo. Lá, os viajantes enfrentam múltiplos perigos, como animais selvagens, entre eles serpentes venenosas, rios de correntes intensas e a presença de grupos criminosos.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação Virtual