ONGs pedem apoio da Europa para evitar mortes no Mediterrâneo

Pelo menos 1000 pessoas já morreram ao tentar atravessar o mar até a Europa em 2022

De acordo com um comunicado conjunto publicado pelas ONGs Médicos Sem Fronteiras (MSF), SOS Mediterrâneo e Sea Watch, que atuam no resgate de migrantes no Mediterrâneo, as mortes nessa rota migratória podem aumentar pela falta de apoio dos Estados europeus em operações de busca e resgate. A época do verão é quando mais pessoas se arriscam no mar, pois as condições de navegação são mais favoráveis.

Segundo a nota, publicada na quarta-feira, 3, navios das organizações resgataram, em um período de cinco dias, 16 embarcações em perigo. Na semana anterior, o navio Sea-Watch 3 resgatou 444 pessoas de cinco barcos. “Sem a presença de entidades civis de busca e resgate no Mediterrâneo central, as crianças, mulheres e homens resgatados teriam sido deixados à própria sorte”, afirma o texto, ressaltando que essa é a rota migratória mais mortal desde 2014.

As organizações afirmam que a falta de engajamento da capacidade marítima europeia de busca e resgate no Mediterrâneo e a demora dos países em atribuir locais seguros de desembarque vem destruindo a capacidade e integridade do sistema de busca e salvamento e, consequentemente, a habilidade de salvar vidas.

O texto ainda ressalta que, apesar da falta crítica de recursos adequados de busca e resgate no Mediterrâneo, “as pessoas continuam a fugir da Líbia pelo mar e arriscam suas vidas em busca de segurança”. Durante os meses de verão, quando o clima é favorável e os dias tem mais horas de sol, as partidas da Líbia são mais frequentes, necessitando uma frota maior de busca e resgate.

As ONGs pedem aos estados europeus que forneçam uma frota de busca e salvamento dedicada ao Mediterrâneo Central, além de respostas rápidas aos pedidos de socorro e mecanismos previsíveis de desembarque de sobreviventes. “A espera desnecessária por dias esgota as pessoas resgatadas: elas sobreviveram ao Mediterrâneo, mas, em vez de encontrar segurança, elas têm que esperar dias nos portões fechados da Europa para que seus direitos humanos sejam respeitados”, afirmou Mattea Weihe, porta-voz da Sea Watch

Nas últimas semanas, navios das ONGs desembarcaram cerca de 1000 pessoas na Itália. Na quinta-feira, 4, o navio Geo Barrents, da MSF, desembarcou 659 migrantes em Taranto, Itália, após nove dias aguardando uma autorização do governo italiano.

Na semana passada, o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJEU), decidiu que navios que resgatam migrantes no mar não podem ser apreendidos pelas autoridades nacionais por excederem o número de pessoas que deveriam legalmente transportar, se as condições de segurança a bordo forem mantidas.

Em 2022, a Itália já registrou pelo menos 42 mil chegadas de migrantes pelo mar, em comparação, no ano passado foram cerca de 30 mil durante o mesmo período. Desde 1º de janeiro de 2022, a OIM estima que mais de 1.000 pessoas desapareceram ou morreram enquanto tentavam cruzar o Mediterrâneo. No Mediterrâneo Central, existem 878 registros de pessoas que morreram ou desapareceram, mas acredita-se que o número real é muito maior.

Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação Virtual

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