Mãe Dos Órfãos, Cofundadora da Congregação das Irmãs Missionárias Scalabrinianas
Assunta nasceu em Lombrici, de Camaiore, Itália, no dia 15 de agosto de 1871. Era a terceira dos 11 filhos do casal. Por ser uma das filhas mais velhas, teve a responsabilidade dos trabalhos mais pesados da casa e o cuidado dos irmãos menores. Sempre sonhou em ser Irmã Clarissa Contemplativa, mas com a partida de seu irmão mais velho José Marchetti ao seminário, precisava ajudar no sustento da família.
Eram os anos da grande imigração italiana para as Américas. Seu irmão Pe. José, impulsionado pela pregação do Bispo João Batista Scalabrini sobre a migração, embarcou para o Brasil em outubro de 1894, a fim de trabalhar com os migrantes italianos, em São Paulo. Foi nesta época que Assunta aceitou o pedido do Pe. José para trabalhar com os migrantes italianos no Brasil. Este foi um ‘sim’ que mudou e marcou toda sua vida: a opção pela vida missionária além-fronteiras.
Em outubro de 1895, Assunta, juntamente com sua mãe Carolina e mais duas vocacionadas chegaram ao Brasil, dedicando-se ao cuidado dos órfãos, pobres, doentes e migrantes em situação de pobreza, na região de São Paulo e Rio Grande do Sul (Bento Gonçalves, Farroupilha e Nova Bréscia). Com este pequeno grupo de mulheres, a Congregação iniciou sua missão que, aos poucos, começou a crescer com as novas vocações e aberturas missionárias em regiões de migração italiana.
Madre Assunta soube enfrentar as dificuldades, na simplicidade, sempre decidida a proteger os órfãos e manter vivo o carisma fundacional da Congregação. À noite, atendia a todos os que batiam à porta do pequeno ambulatório instalado no orfanato de Vila Prudente – SP. Nos hospitais, os doentes sempre a queriam por perto para curar suas feridas e/ou para escutar seus conselhos. Dormia ao lado dos doentes para atendê-los a toda hora. Sabia ouvir, partilhar, valorizar. A religião, para ela, era o serviço aos pobres. Com a mesma solicitude com que se dirigia à capela para rezar, dirigia-se aos pobres para ajudá-los, pois, dizia ela que o Cristo presente na eucaristia era o mesmo presente nos sofredores.
Com sua vida, ela fez a diferença na história de muitas pessoas marcadas pelas feridas da migração. Dizia: “Amando a Deus sobre todas as coisas é possível doar-se incondicionalmente ao irmão”. Foram atitudes como a de colocar os outros sempre em primeiro lugar e as virtudes da acolhida e do cuidado com a vida sofrida dos migrantes, que lhe deram os títulos de “Mãe dos Órfãos”.
Em 1º de julho de 1948, após 53 anos de vida missionária, Madre Assunta veio a falecer, com o mesmo espírito que a fez viver: tranquila, calma e serena no meio dos seus orfãozinhos. Foi ela quem deu o primeiro passo para dar a expressão feminina ao Carisma Scalabriniano, o qual define a Congregação como “Missionárias com os Migrantes”.
É na Diocese de Santa Cruz do Sul, Paróquia São João Batista – Nova Bréscia, a sede do primeiro capitel dedicado a Madre Assunta Marchetti. Sua missão neste município, foi de apenas 2 anos (1919 a 1921), porém, muito intensos e fecundos, dedicando-se às famílias migrantes que ali viviam, necessitadas e desprovidas de toda e qualquer assistência. Assunta abraçou esta missão com amor, em favor deste povo.
Atualmente, ruas, capitéis, escolas ganham seu nome, especialmente nos lugares do Brasil onde trabalhou. Como frutos de uma vida dedicada ao próximo, é considerada pela Igreja, Beata Madre Assunta Marchetti e seu processo de canonização está ganhando abertura e força na Igreja, pelas inúmeras histórias de pessoas que testemunham conseguir milagres e graças em suas vidas.
Hoje, 15 de agosto, celebramos com alegria os 152 anos de seu nascimento.
Da Equipe de Comunicação