À luz do tema do XV Capítulo Geral: Caminhar juntas… com migrantes e refugiados, iluminadas no episódio do encontro de Jesus com a samaritana, 34 Irmãs da PMMM, sob a orientação do Frei Laércio Duminelli da Luz, foram convidadas a estar junto ao poço de Jacó e nele recolher as lições de acolhida, escuta e revelação.
O retiro aconteceu de 14 a 19 de setembro no Centro de Eventos São Carlos, em Caxias do Sul/RS. Dentre as Irmãs participantes, estiveram as 13 Irmãs jubilandas, que celebrarão, no sábado, 20, as bodas de 75, 60, 50 e 25 anos de vida consagrada na Congregação das Missionárias de São Carlos Borromeo – Scalabrinianas.
Frei Laércio, à luz dos vários textos bíblicos, contextualizou a realidade migratória do povo samaritano, da formação do povo de Deus e os atuais, com recortes similares nas travessias dos tempos. Pedagogicamente, as Irmãs retirantes foram convidadas a fazer o caminho de Jesus até o poço de Jacó e estabelecer a conversação com uma mulher. O caminho, que inicia com a proximidade de um Jesus cansado da viagem e se senta junto ao poço, se assemelha a tantos caminheiros, que não convém atravessar territórios como o da Samaria, mas atravessa-o. Da mesma forma, caminhar com os migrantes e refugiados, significa não desviar o olhar, mas estar presente onde eles vivem suas dores, esperanças e desafios.
Ao logo das reflexões procurou, à luz dos textos bíblicos e das realidades pessoais, estabelecer o diálogo que nasce da necessidade de saciar a sede, beber da água viva e descobrir um Jesus necessitado e vulnerável para abrir espaços. Assim como no acompanhamento aos migrantes, é fundamental reconhecer a sede de encontro, de aprender, de deixar-nos enriquecer pela diversidade cultural e pela fé daqueles que chegam.
As propostas de oração pessoal apontaram na atitude de olhar ao redor e desde a visualização externa provocar ecos internos de construções familiares, pessoais, vocacionais e comunitárias. Em cada uma delas, as Irmãs foram conduzidas para diálogo consigo mesmas junto ao poço de sua vida e a partir da experiência de sua própria vida transformar a vida desde as pequenas situações da vida pessoal, comunitária e caminhada no tornar-se ponte, derrubando muros de indiferença e construindo fraternidade.
A simbologia da água viva apontou como sinal e dom de esperança de Jesus, que no cotidiano, oferece a água viva que sacia a sede mais profunda. Com os migrantes, não basta o apoio material, também necessário, mas é preciso oferecer esperança, escuta, fé compartilhada, para que possam descobrir que, mesmo longe de sua terra, não estão longe do coração de Deus.
Ficou a certeza que do encontro nasce a missão. A samaritana, depois de encontrar Jesus, corre à cidade e anuncia a grandeza do encontro, o sabor da água viva e a alegria de romper esquemas e viver intensamente a novidade. Do encontro brota a missão de caminhar juntas com os migrantes e refugiados à luz do encontro à beira do poço, assumindo o estilo de Jesus: aproximar-se, dialogar, derrubar fronteiras, oferecer água viva e reconhecer neles mensageiros da Boa Nova.
Como mulheres de fé e esperança, cabe a cada uma ser fonte de água viva na incansável credencial de ser o anúncio de Jesus Cristo.







Por Ir. Nelí Basso, do Serviço de Comunicação