Mundo tem mais de 120 milhões de deslocados forçados, de acordo com relatório do ACNUR.
Nesta quarta-feira, 18, é celebrado o Dia Internacional dos Migrantes, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2000. Em mensagem divulgada hoje, a Diretora-Geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Amy Pope, enfatizou os desafios e a resiliência dos migrantes.
Pope destacou que os conflitos, desastres climáticos e pressões econômicas “continuam a forçar milhões de pessoas a deixarem seus lares em busca de segurança ou simplesmente de oportunidades”. Ela ressaltou os números recordes de deslocamento interno observados no último ano, bem como as crescentes necessidades humanitárias em crises, a ocorrência de novas crises e o maior número registrado de mortes de migrantes em rotas migratórias.
A Diretora-Geral da OIM pontuou, ainda, que, apesar desses desafios, a migração segura e bem gerida traz histórias de progresso e esperança. Ela sublinhou o “papel crucial” dos migrantes no mercado de trabalho e no impulsionamento da inovação e do empreendedorismo. “As pessoas migrantes promovem o crescimento econômico e oferecem recursos para famílias e comunidades em seus países de origem, impulsionando o desenvolvimento”, afirmou.
De acordo com o relatório Tendências Globais de Deslocamento 2024 do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), lançado em junho, pelo menos 120 milhões de pessoas estão deslocadas à força em todo o mundo.
O relatório do ACNUR aponta que, no final de 2023, cerca de 68.3 milhões de pessoas estavam internamente deslocadas em seus países, representando um aumento de 50% em cinco anos. A publicação destaca que um dos fatores determinantes no número global de deslocados foi o conflito no Sudão, onde, até o fim de 2023, cerca de 10,8 milhões de pessoas haviam sido deslocadas.
Segundo o projeto Migrantes Desaparecidos, da OIM, em 2024, pelo menos 7.403 migrantes morreram ou desapareceram em rotas migratórias de todo o mundo, sendo a rota do Mar Mediterrâneo a que mais acumula registros, com 2.233 fatalidades registradas durante o ano.
O ano de 2023 é considerado o ano mais mortal para migrantes, com um total de 8.606 fatalidades registradas pela OIM em todo o mundo. Desde 2014, quando os dados começaram a ser contabilizados, 70.787 migrantes morreram ou desapareceram em rotas migratórias, sendo a maioria no Mar Mediterrâneo, com 31.138, que é seguido pelas rotas da África, com 16.410, das Américas, com 9.955, e da Ásia, com 9.065.
Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação