Mais de 153 mil migrantes chegaram à Itália em 2023
Na segunda-feira, 11, o Papa Francisco recebeu em audiência os prefeitos da República Italiana. Durante o encontro, o Pontífice destacou a importância da acolhida e integração dos migrantes na sociedade.
Francisco destacou que a gestão local dos fluxos migratórios “não é fácil”, uma vez que lida diretamente com pessoas vulneráveis e que, muitas vezes, sofreram grandes traumas. “São rostos, não números: pessoas que não podem ser simplesmente classificadas, mas que devem ser abraçadas; Irmãos e irmãs que precisam ser resgatados dos tentáculos das organizações criminosas, capazes de especular impiedosamente sobre seus infortúnios.”
O Pontífice falou, ainda, sobre os chamados “lagers” de alguns países do Norte da África, onde os migrantes que buscam viajar à Europa são tratados como escravos, muitos deles sendo torturados e até mesmo mortos. “A vocês é dada a árdua tarefa de organizar uma recepção ordenada deles na área, baseada na integração e inserção construtiva no tecido local”, ressaltou o Papa.
“Os migrantes devem ser acolhidos, acompanhados, promovidos e integrados”, disse Francisco, que destacou o perigo da falta de integração dos migrantes na sociedade. “Os migrantes ajudam quando se encaixam bem”, afirmou.
De acordo com o ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, 153.053 migrantes chegaram à Itália pelo Mar Mediterrâneo desde o início de 2023, dos quais pelo menos 15,8% são crianças. Desde 1º de janeiro, pelo menos 2.510 migrantes morreram ou desapareceram no Mar Mediterrâneo, sendo 2.210 apenas no Mediterrâneo Central, segundo dados do projeto Missing Migrants da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação