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Scalabrinianas: 129 anos de atenção aos migrantes

Nesta sexta-feira, 25, a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, Scalabrinianas, celebra os 129 anos de sua fundação. Neste ano, a data se torna ainda mais especial, com a celebração dos 10 anos da Beatificação de Madre Assunta Marchetti, cofundadora e primeira Irmã da Congregação.

Para celebrar esse momento especial, que contou, também, com a III Assembleia Provincial da PMMM, foi realizada a Semana da Congregação, que contou com diversos conteúdos, divulgados nas redes sociais e site.

O carisma da Congregação nasceu no fim do século XIX, durante a grande emigração italiana para as Américas. Em 1876 e 1905, em torno de 4 milhões de italianos migraram para as Américas, sendo mais de 1 milhão para o Brasil.

Na Estação de Milão, São João Batista Scalabrini, bispo de Piacenza, Itália, viu uma multidão empobrecida, que aguardava o trem que os levaria ao porto, de onde partiriam para as Américas. Ele próprio narra a cena que o comoveu:

“Passando pela estação, vi a vasta sala, os pórticos laterais e a praça adjacente invadidos por trezentos ou quatrocentos indivíduos, vestidos pobremente, divididos em diversos grupos. Em suas faces bronzeadas pelo sol, sulcadas por rugas precoces que a privação costuma imprimir, transparecia o tumulto dos afetos que agitavam seus corações, naquele momento […]. Eram migrantes. Pertenciam às províncias da Alta Itália e esperavam, com ansiedade que o trem os levasse às margens do Mediterrâneo e de lá para as longínquas Américas […]. Parti comovido. Uma onda de pensamentos tristes me amarguravam o coração”.

São Scalabrini percebeu a necessidade de cuidar das populações que migravam em massa da Europa para as Américas. Assim, ele fundou, em 1887, a Congregação dos padres Missionários de São Carlos, e, em 1889, a Sociedade São Rafael, um movimento leigo a serviço dos migrantes.

Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo
Em vista de uma assistência mais completa aos migrantes, São João Batista Scalabrini fundou, em 25 de outubro de 1895, a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo. O primeiro grupo de missionárias foi reunido pelo Pe. José Marchetti, composto por sua irmã Assunta Marchetti, sua mãe, já viúva, Carolina Marchetti, e as jovens Angela Larini e Maria Franceschini.

Pe. José conduziu o grupo ao bispo Scalabrini, em Piacenza, que acolheu seus votos e, entregando-lhes o crucifixo de missionárias, disse: “Eis o companheiro indivisível nas peregrinações apostólicas, o conforto, a força, a vossa salvação”. De lá, partiram para Gênova, onde embarcaram no navio rumo ao Brasil.

Durante a longa viagem de navio, Assunta e as companheiras prepararam 83 crianças para a primeira eucaristia e ajudaram a reanimar a fé e a esperança dos companheiros de êxodo. No Brasil, o orfanato Cristóvão Colombo, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, foi onde as primeiras Scalabrinianas iniciaram a sua atividade apostólica junto aos órfãos.

O início da Congregação foi marcado por sucessivas dificuldades, mas foi um período rico de frutos de santidade e de afirmação da identidade congregacional. Graças à fidelidade carismática da cofundadora, a bem-aventurada Assunta Marchetti, a identidade da Congregação afirmou-se na Igreja. O decreto do papa Pio XI, de 13 de janeiro de 1934, legitimou a Congregação como Instituto Religioso de Direito Pontifício.

Bem-aventurada Assunta Marchetti
A Bem-aventurada Assunta Marchetti foi a primeira Irmã Scalabriniana, chamada à congregação por seu irmão, Pe. José Marchetti. Ela desejava se tornar irmã de clausura, mas precisou adiar seu ingresso na vida contemplativa por questões familiares. Mesmo sabendo desse desejo, Pe. Marchetti ousou convidá-la a abraçar a vida missionária. Após muito rezar e discernir, Assunta pronunciou seu “sim” missionário a Deus.

Habituada a servir, Assunta não media esforços para ser mãe carinhosa, enfermeira e catequista daqueles pequenos que a Providência divina fazia chegar ao Orfanato Cristóvão Colombo, no Ipiranga, em São Paulo, através do missionário, seu irmão, padre José Marchetti. Ele, não satisfeito com apenas um Orfanato, iniciou a construção de outro, destinado às meninas órfãs. Infelizmente, Pe. Marchetti veio a falecer por tifo antes de sua conclusão e, aos poucos, Madre Assunta assumiu a direção do novo Instituto.

Migrante desde o início de sua vida religiosa consagrada, Madre Assunta Marchetti continuou sua migração no Brasil, servindo em diversas cidades de São Paulo e no Rio Grande do Sul.

Ela faleceu em 1º de julho de 1948, aos 76 anos, no Orfanato Cristóvão Colombo, Vila Prudente, São Paulo. As órfãs que lá se encontravam exclamaram: “Hoje morreu a caridade! Hoje morreu uma santa!”

Após um longo processo no qual foram reconhecidas as virtudes heroicas e o milagre de Deus alcançado por sua intercessão, Madre Assunta foi beatificada em 25 de outubro de 2014, na Catedral Metropolitana de São Paulo, SP, Brasil. Por ocasião da beatificação, o Papa Francisco disse: “Foi uma religiosa exemplar no serviço aos órfãos filhos dos migrantes italianos e via Jesus presente nos pobres, nos órfãos, nos enfermos, nos migrantes e nos necessitados. Demos graças ao Deus por esta mulher, modelo de missionariedade incansável, e dedicação ao serviço da caridade.”

Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação, com textos da Ir. Analita Candaten

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