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Ser Scalabriniana por um mundo sem fronteiras: celebração do jubileu de Vida Consagrada da Ir. Carmen Lucia Pereira

No domingo, 18, aconteceu na Capela Santo Expedito, da Paróquia Bom Jesus dos Aflitos, em Fortaleza/CE, a celebração dos 25 anos de Vida Consagrada da Ir. Carmen Lucia Pereira. A celebração foi presidida pelo Pe. Peter John, da Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas).

Em sua homilia, Pe. Peter destacou que a festa da Assunção de Nossa Senhora “celebra o lugar especial que Maria ocupa na vida da Igreja. Este lugar é definido antes de tudo por ela ter sido escolhida para ser a mãe de Jesus, a única genitora humana dele. Isso, por si só, lhe dá uma singularidade que não é compartilhada por nenhuma outra pessoa que já viveu.”

“Ao usar a imagem “assunta em corpo e alma ao céu”, o que realmente se diz é que Maria, por causa da dignidade de sua maternidade e de sua própria submissão pessoal à vontade de Deus em todas as fases de sua vida, tem precedência sobre todos os outros na partilha da glória de Deus – que é o destino de todos nós que morremos unidos a Cristo, seu Filho.

Ela permanece, é claro, plenamente um ser humano e, portanto, inferior em dignidade ao seu Filho e muito mais próxima de nós. Conosco, mas nos guiando, ela está em adoração ao Pai, Filho e Espírito Santo. Ela não pode, mesmo na glória, receber de forma alguma o culto que é próprio das Pessoas da Trindade. O que ela pode fazer é interceder por nós em nossas necessidades, oferecendo suas orações humanas em nosso favor.

Isabel pergunta: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?”. E, no entanto, é o que acontece com cada um de nós o tempo todo, e especialmente em todas as celebrações da Eucaristia, quando o Senhor vem a nós na partilha de sua Palavra e na fração do pão.

Isabel declara: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Isso nos leva à segunda característica de Maria – sua fé e total confiança em Deus. Isso foi expresso em seu fiat (“Faça-se em mim segundo a tua palavra.”), quando, embora não entendesse completamente o que estava sendo pedido a ela, ela aceitou incondicionalmente se submeter ao plano de Deus.

A grandeza de Maria não estava apenas em ser escolhida para ser a mãe de Jesus, mas em sua total aceitação dessa responsabilidade, na fé e na confiança – aceitando cegamente tudo o que isso poderia implicar. E, de fato, ela não tinha ideia do preço que teria que pagar para ser a mãe de Jesus. Mas, novamente, como seu Filho, ela se esvaziou no serviço total ao Pai e hoje celebramos sua recompensa, ela sendo elevada ao lugar mais alto entre a raça humana.

Maria de Nazaré, a “primeira discípula” do seu filho, é para todos nós um modelo do que significa ser discípulo/discipula de Jesus: como ela acolheu o menino Jesus, somos chamados a acolher no meio de nós o Cristo da compaixão e da paz; enquanto ela viajava com seu filho para Jerusalém, somos chamados a caminhar com ele e tomar nossas cruzes; Como ela segurou o corpo quebrado de seu filho, somos chamados a abraçar, apoiar e curar uns aos outros, apesar de nosso próprio quebrantamento e dor.

O canto de Maria é um grande projeto de transformação. Cantando as maravilhas de Deus, canta as maravilhas da misericórdia de Deus para a transformação do mundo, revertendo o poder em serviço, o orgulho em humildade e a riqueza em caridade misericordiosa. Assim se projeta a vitória de Cristo e o cumprimento total de sua missão que é entregar o Reino a Deus, Seu Pai, destruindo todo poder de morte.

A jovem de Nazaré vislumbrou o reino de Deus que o menino em seu ventre anunciaria. A simplicidade e a pobreza em que seu filho deve nascer fazem parte da recriação da humanidade por Deus. Maria compreende e alegra-se com o que está para vir: Deus está prestes a virar o mundo do avesso.

Essa mesma notícia deve nos encher de esperança e uma sensação de libertação, enquanto nos arrastamos pelas decepções, mágoas e promessas quebradas da vida. Nossa fé na promessa de Deus, como celebra o Magnificat de Maria, nos dá motivos para ter esperança em meio ao desespero sombrio e para nos alegrar diante do cinismo e da descrença. Esta solenidade de hoje da Assunção de Maria celebra o cumprimento do seu cântico: a promessa pascal do seu Filho na sua vida. Que possamos perceber o cumprimento de sua ressurreição em nossas vidas, como foi na de Maria.”

Por Ir. Carmen Lucia Pereira, com a Equipe de Comunicação

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