De acordo com a Frontex, a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, o número de travessias irregulares na União Europeia (UE) caiu 20% no primeiro semestre de 2025, totalizando 75.900. Segundo a agência, a queda ocorreu graças a diminuições significativas nas travessias pelas rotas do Mediterrâneo Oriental e da África Ocidental.
O comunicado da Frontex destaca que, apesar da queda nos números gerais, “a pressão continua alta no Mediterrâneo Central, e novos corredores de migração continuam a surgir”. Entre janeiro e junho, a rota do Mediterrâneo Central registrou 29.340 travessias irregulares, um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2024.
As travessias pela rota do Mediterrâneo Oriental caíram 24% desde janeiro, totalizando 19.607 registros. No entanto, afirma o comunicado, “a rota teve um desenvolvimento notável nos últimos meses com o surgimento do corredor Líbia-Creta”, que atualmente representa o maior número de travessias no Mediterrâneo Oriental.
Apesar da tendência de queda nas travessias, a rota do Mediterrâneo Ocidental, assim como o Mediterrâneo Central, apresentou um aumento de 19% desde o início do ano, com 6.714 registros. Segundo a Frontex, em junho o número de chegadas nessa rota dobrou em comparação ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com o projeto Migrantes Desaparecidos da Organização Internacional para as Migrações, desde o início do ano 798 migrantes perderam a vida ao tentar atravessar o Mediterrâneo, sendo 588 apenas no Mediterrâneo Central, seguido do Mediterrâneo Ocidental, com 150, e do Mediterrâneo Oriental, com 60 registros.
A rota da África Ocidental, através do Oceano Atlântico, que tem como principal destino as Ilhas Canárias, registrou uma queda significativa desde o início de 2025. As chegadas caíram 41%, com 11.317 detecções no primeiro semestre do ano. Em 2024, 46.877 migrantes realizaram a travessia dessa rota, segundo a Frontex.
A rota dos Balcãs Ocidentais também apresentou queda no primeiro semestre de 2025, com 53% a menos que no mesmo período do ano passado, totalizando 4.930 travessias. Outra fronteira da EU com queda foi a fronteira terrestre Oriental, com redução de 50%, totalizando 3.803 travessias.
Enquanto isso, na rota do Canal da Mancha, até o Reino Unidos, as travessias aumentaram 23%, totalizando 33.200 entre janeiro e junho de 2025. Segundo a Frontex, esse aumento foi impulsionado por uma série de fatores, incluindo um número maior de dias com boas condições climáticas, o uso crescente de “barcos-táxi” que escapam à detecção e o aumento do número de pessoas amontoadas em barcos individuais.
Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação