Mais de 8,6 milhões de pessoas já foram deslocadas pelos conflitos no Sudão
De acordo com um novo relatório da Matriz de Rastreamento de Deslocados (DTM) da Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo menos 20 mil pessoas são forçadas a fugir de suas casas diariamente no Sudão, sendo metade delas crianças. Desde abril de 2023, mais de 6,6 milhões se deslocaram internamente no país.
No total, cerca de 8,6 milhões foram deslocados pelos conflitos no Sudão, sendo aproximadamente 2.044.248 deslocados para países vizinhos. O relatório mostra que 53% dos deslocados são menores de 18 anos e pelo menos e aproximadamente 22% são crianças com menos de 5 anos de idade.
“O Sudão está num caminho tragicamente rápido para se tornar uma das maiores crises humanitárias do mundo em décadas, e o conflito que envolveu o país está a criar pressão em toda a região. Milhões de pessoas estão deslocadas, famintas e vulneráveis à exploração e ao abuso, mas a sua situação está a ser ignorada por grande parte do mundo”, disse a Diretora Geral da OIM, Amy Pope, em Paris, onde participa na Conferência Humanitária Internacional para o Sudão e os seus Vizinhos.
De acordo com dados do ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, 572.763 sudaneses solicitaram asilo no Chade, além de 135.854 no Sudão do Sul, 33.402 na Etiópia, 23.286 na República Centro-africana. Dados da Agência mostram, ainda, que o Egito registrou cerca de 500 mil chegadas de sudaneses ao país.
Segundo o relatório da OIM, Cartum continua sendo o estado de origem da maior parte dos deslocados internos desde 15 de abril de 2023, com pelo menos 3,5 milhões de pessoas deslocadas, o equivalente a cerca de 54% do total de deslocados no Sudão no último ano.
Os dados do relatório apontam, ainda, que Darfur do Sul foi o segundo estado de origem mais comum entre os deslocados internos, com cerca de 971.966, correspondente a 15% do total. O estado de Aj Jazirah figura como o terceiro principal local de origem, com cerca de 626.345 deslocados internos, em especial após a expansão do conflito para esse estado, em dezembro de 2023.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação