Atualmente, o Mali tem cerca de 422.620 pessoas deslocadas pelos conflitos no país
De acordo com a ONG Conselho Norueguês para Refugiados (NRC, na sigla em inglês), pelo menos 148.600 crianças deslocadas pelos conflitos no Mali não possuem certidão de nascimento e correm o risco de exclusão e de privação de seus direitos. Os dados são de um comunicado publicado na segunda-feira, 21.
De acordo com o NRC, as crianças afetadas perderam suas certidões de nascimento quando fugiram de casa ou simplesmente nunca tiveram uma, devido ao funcionamento limitado dos serviços registro civil em algumas áreas do país. Para recuperar ou obter seus documentos, as famílias devem seguir um processo complexo, que pode levar vários meses, com o custo do sendo muitas vezes alto demais para as famílias, que já enfrentam a pobreza extrema.
A ONG ressalta, ainda, que a questão deve ser abordada antes que essas crianças atinjam a idade adulta, pois elas correm o risco de ter sua liberdade de movimento negada, perdendo, também, o direito de votar e de possuir ou alugar uma propriedade. “Isso prejudica qualquer solução duradoura para sua situação de deslocamento, apesar do compromisso do país de fazê-lo assinando a Convenção de Kampala”, afirma o NRC.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU) em conjunto com autoridades do Mali, hoje, pelo menos 422.620 pessoas estão deslocadas pelo conflito no país, que sofre com a ofensiva de extremistas ligados à Al-Qaeda e pertencentes à organização Estado Islâmico, além da presença constante de traficantes e gangues.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação Virtual