Recentemente a DPU pediu por melhorias no atendimento a solicitantes de asilo na área restrita do Aeroporto de Guarulhos
Um imigrante que estava retido na área restrita do Aeroporto de Guarulhos foi isolado no domingo, 25, por suspeita de Mpox, segundo nota da Agência Nacioanal de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além dele, cerca de 400 imigrantes na área restrita foram entrevistados e verificados para sinais da doença na pele e nenhum novo caso foi encontrado.
De acordo com a nota, a equipe do Posto da Anvisa no Aeroporto de Guarulhos foi acionada pelo serviço de saúde “após a identificação de um passageiro com sinais e sintomas compatíveis com Mpox”. O imigrante estava retido no aeroporto desde 14 de agosto, por não ter documentos para entrar no Brasil, enquanto aguardava para pedir refúgio.
Segundo a Anvisa, em conformidade com o plano de contingência estabelecido, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de São Paulo (Cievs-SP) foi notificado e o caso foi encaminhado para isolamento e realização de exames no serviço de saúde do município de Guarulhos. O imigrante foi transferido para o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital paulista.
A nota afirma que foram aplicados 397 questionários entre os imigrantes na área restrita, que tiveram, também, a temperatura aferida e foram verificados para sinais da doença na pele, sem nenhum novo caso encontrado. “Além disso, foram implementadas medidas ambientais de limpeza e desinfecção no local”, afirma a Anvisa.
DPU pede melhorias no atendimento a solicitantes de refúgio no Aeroporto de Guarulhos
Recentemente, um imigrante que estava retido na área restrita do Aeroporto de Guarulhos faleceu em decorrência de um infarto. Após o ocorrido, a Defensoria Pública da União (DPU) pediu por melhorias no atendimento a solicitantes de refúgio no Aeroporto Internacional de Guarulhos, devido ao “aumento significativo” das chegadas nos últimos meses.
Em nota, a DPU destacou que “Atualmente, não há estrutura adequada para prestar assistência durante o período de espera, como alimentação regular, proteção contra o frio e hospedagem”. Desde julho tem ocorrido um aumento no fluxo de viajantes que chegam ao Brasil em trânsito internacional, mas deixam de seguir viagem e optam por não voltar aos países de origem e, impedidos de entrar no Brasil, terminam por solicitar refúgio. Apenas nos primeiros 19 dias do mês agosto foram feitas 765 solicitações de refúgio.
MJSP muda regras para a entrada de imigrantes sem visto no Brasil
Na quinta-feira, 22, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) anunciou a mudança nas regras de entrada no Brasil para imigrantes que cheguem no país com destino a outros países, com a intenção de conter a atuação de grupos de contrabando de migrantes. A medida, que entrou em vigor nesta segunda-feira, 26, define que o passageiro em trânsito que não tiver visto de entrada no Brasil e que tenha como destino final outro país, terá que seguir viagem ou retornar à localidade de origem.
O secretário Nacional de Justiça, Jean Keiji Uema, destacou que o Brasil não pode permitir que seu caráter acolhedor e humanitário seja explorado por organizações criminosas. “O refúgio é um instrumento legal para proteger pessoas perseguidas em seus países de origem. Não podemos permitir que ele seja usado para tráfico de pessoas e contrabando de imigrantes”.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação