Na Comunidade Madre Assunta, Porto Alegre/RS, aconteceu no sábado, 7, o encontro regional com 32 irmãs de onze comunidades de Porto Alegre, Canoas, Alvorada, Capão da Canoa, Torres e Bagé. Ir. Analita Candaten coordenou o encontro e o tema de reflexão foi assessorado por Ir. Elizangela Chaves Dias, conselheira geral, na modalidade on-line.
“Mulheres da aurora em perspectiva Scalabriniana – mulheres anunciadoras da boa nova” foi a temática que perpassou a manhã formativa à luz do Evangelho de Mateus 28,1-10. Ir. Elizangela iniciou destacando a perspectiva que interessa, contempla e envolve as mulheres. Para a comunidade de Mateus e na história da salvação as mulheres contam, são o caminho para a entrada da salvação no mundo. Através do ventre de uma mulher, veio ao mundo Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Mateus começa a contar a história a partir da origem do povo hebreu, a história da salvação. E assim o tempo de advento prepara para acolher o Senhor.
Durante a reflexão acrescentou que Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba precederam Maria na genealogia de Jesus. São mulheres estrangeiras, que passam a fazer parte do povo de Deus, não por critérios genealógicos ou étnicos, mas pela prática da justiça. Estas mulheres servem para colocar um ponto final na propaganda de que as mulheres estrangeiras são uma ameaça, porque elas têm sido uma fonte de bênção e de salvação para um Israel desiludido e sem esperança. Mateus surpreende e provoca na escolha missionária de Jesus, que certamente choca e questiona a Igreja de todos os tempos, direciona as nossas escolhas missionárias. No Evangelho de Mateus Jesus cumpre a sua missão nas periferias.
O ressuscitado iluminou a periferia, enquanto o centro e o seu templo permaneceram nas trevas. Mateus resgatou os marginalizados das trevas para a luz, de uma existência vergonhosa para uma vocação privilegiada. O círculo de nações que rodeiam a Galileia alargou-se.
Com ênfase, afirmou que o Evangelho de Mateus está povoado de mulheres corajosas: pensamos em Maria, mãe de Jesus, em Maria Madalena, em Maria, mãe de Tiago e de João; a mulher que tocou nas roupas de Jesus; a mulher cananeia, estrangeira que tem uma grande fé; a esposa de Pilatos; aquelas que seguiram Jesus durante a crucificação, enquanto os discípulos o negaram, o traíram e escaparam; Maria de Betânia, irmã de Lázaro que ungiu Jesus, e as mulheres da aurora, as primeiras a testemunhar a ressurreição.
Fez memória dos acontecimentos do ano difícil para o Rio Grande do Sul, que viveu a catástrofe das chuvas, referindo-se às irmãs que estavam presentes, que fizeram a experiência de deixar a casa, transferir doentes do hospital Mãe de Deus, arregaçar as mangas, ir ao encontro e acolher desabrigados na própria comunidade e, de muitas outras formas, socorrer a tantas necessidades.
Concluiu dizendo: “Como mulheres da aurora este evangelho “empodera” as mulheres, não há necessidade de se despir ou protestar para afirmar o poder feminino. Devemos antes de tudo acreditar em nós mesmos e acreditar na missão que o Ressuscitado nos confiou, e é isso que nos dá o verdadeiro poder/autoridade na Igreja e na sociedade quando se trata de migração e refúgio, defesa da vida e dos direitos dos nossos irmãos e irmãs em situações de vulnerabilidade.”
A ressurreição não é apenas um evento do passado, mas uma promessa para o futuro. Em tempos de catástrofe, essa esperança pode nos motivar a olhar para além do presente e trabalhar por um amanhã melhor, acreditando que a vida pode renascer de formas inesperadas.
As irmãs tiveram um tempo para refletir em grupos questões abordadas e relacionadas com o tema e depois houve a partilha. Encerrou-se o período da manhã com um momento orante, fazendo memória do ano vivido e com perspectivas de esperança diante do futuro.
À tarde, Ir. Jucelia Dall Bello, relatou a situação atual da área da saúde, especialmente do Hospital Mãe de Deus, suas Unidades e expôs a situação pós-enchentes. Apresentou os desafios, as iniciativas e perspectivas em relação à área da saúde que estão sob a gestão da AESC. A mensagem motivadora após os desastres vividos em 2024 é: Para sempre escolha agradecer. Escolha acolher.
Confirmou-se a alegria do encontro como mulheres Scalabrinianas atentas ao novo que surge em cada aurora e se plenifica no dia a dia no caminho scalabriniano.
Da Equipe de Comunicação