Pelo menos 62% dos novos deslocados são crianças
De acordo com dados do Conselho Nacional de Emergência e Reabilitação (CONASUR) de Burkina Faso, pelo menos 21.173 pessoas estão deslocadas após um ataque terrorista no dia 12 de junho, que matou cerca de 86 pessoas na cidade de Seytenga. De acordo com dados da ONU, o país hoje tem 1,9 milhão de deslocados internos pela violência.
Segundo os números provisórios divulgados pelo CONASUR, pelo menos 62% dos novos deslocados são crianças, sendo que 36% delas tem menos de 5 anos. Segundo os dados, citados pela agência espanhola EFE, 77% dos deslocados são de Seytenga, mas entre eles também estão pessoas de pelo menos 24 outras cidades da região.
Na sexta-feira, 17, o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Matthew Saltmarsh, afirmou que era esperada a chegada de mais pessoas nos dias seguintes. “A crise de deslocados no Burkina Faso é uma das que mais cresce no mundo, tendo o número de deslocados internos atingindo 1,9 milhões no final de abril, segundo dados do governo”, disse. Pelo menos 52% do total de deslocados no país são crianças até os 14 anos de idade.
De acordo com uma lista divulgada pela ONG Conselho Norueguês dos Refugiados (NRC), a crise de deslocamento do Burkina Faso é a segunda mais negligenciada no mundo, ficando atrás apenas da República Democrática do Congo.
O Burkina Faso é alvo de ataques terroristas desde abril de 2015, realizados por grupos ligados tanto à Al Qaeda quanto ao Estado Islâmico. A região mais atingida pela violência é o Sahel, que faz fronteira com o Mali e o Níger, embora os ataques também tenham se espalhado para outras áreas vizinhas, como a região de Boucle du Mouhoun, no Oeste do país, desde 2017, e a região leste do país, desde 2018.