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“Educar é um ato de esperança”, afirma o Papa em Carta Apostólica pelos 60 anos da Gravissimum Educationis

Foi publicada nesta terça-feira, 28, a Carta Apostólica “Desenhando Novos Mapas de Esperança” do Papa Leão XIV, que marca o 60º aniversário da Declaração Conciliar “Gravissimum Educationis”. A publicação acontece durante o Jubileu do Mundo da Educação, que vai de 27 de outubro a 1º de novembro.

A carta destaca que, no ambiente educacional complexo, fragmentado e digitalizado atual, a Declaração Gravissimum Educationis não perdeu sua força, a exemplo das escolas, universidades, movimentos, institutos, associações leigas, congregações e redes nacionais e internacionais que surgiram de sua recepção. “Juntos, esses corpos vivos consolidaram um patrimônio espiritual e pedagógico capaz de navegar no século XXI e responder aos desafios mais urgentes. Esse patrimônio não é rígido: é uma bússola que continua a indicar o caminho e a falar da beleza do caminho”, afirma o Papa.

Leão XIV ressalta que, hoje, as expectativas não são menores do que as enfrentadas pela Igreja há sessenta anos, mas “se expandiram e se tornaram mais complexas”. Ele questiona como a Igreja é interpelada diante das milhões de crianças sem acesso à escola primária e das situações de emergência educacional causadas por guerras, migrações, desigualdades e pobreza, sublinhando que a educação “é uma das mais altas expressões da caridade cristã.”

A carta incentiva a usar os carismas educativos como resposta às necessidades de cada século, passando pelo monaquismo, que levou adiante essa tradição nos lugares mais inacessíveis, as obras das Ordens Mendicantes e a Ratio Studiorum, que fundiu a tradição escolástica com a espiritualidade inaciana. O Papa recorda, ainda, os Santos que se dedicaram à educação e as “mulheres corajosas” que abriram caminhos para as meninas, os migrantes e os menos afortunados.

“A educação cristã é uma obra coral: ninguém educa sozinho”, afirma o Papa Leão XIV, que ressalta que “a comunidade educativa é um “nós” onde o professor, o aluno, a família, o pessoal administrativo e de serviço, os pastores e a sociedade civil convergem para gerar vida”, impedindo a estagnação e impelindo a fluir, nutrir e irrigar novos caminhos educativos.

“Educar é um ato de esperança e uma paixão que se renova porque manifesta a promessa que vemos no futuro da humanidade”, ressalta o Papa, pontuando que educar é um trabalho que cuida da alma e uma tarefa de amor, transmitida de geração em geração.

Leão XIV destaca que a Declação Gravissimum Educationis “reafirma o direito de todos à educação e identifica a família como a primeira escola da humanidade”, sublinhando o convite à comunidade eclesial a apoiar ambientes que “integrem fé e cultura, respeitem a dignidade de todos e dialoguem com a sociedade”. Ele reforça, ainda, o alerta do documento contra a redução da educação a uma formação funcional ou um instrumento econômico.

Ele afirma que a formação cristã abrange todas as dimensões humanas, exigindo que “o profissionalismo seja habitado por uma ética, e que a ética não seja uma palavra abstrata, mas uma prática cotidiana”. Ele ressalta, ainda, que “a educação não mede seu valor apenas no eixo da eficiência: ela o mede na dignidade, na justiça, na capacidade de servir ao bem comum.”

“A educação católica tem a tarefa de reconstruir a confiança em um mundo marcado por conflitos e medos, lembrando que somos crianças e não órfãos: dessa consciência nasce a fraternidade”, afirma o Papa.

Leão XIV recorda que, há sessenta anos, a Gravissimum Educationis “inaugurou uma nova era de confiança”, incentivando a atualização de métodos e linguagens. Ele pontua que, atualmente, “essa confiança é medida pelo ambiente digital”, destacando que “as tecnologias devem servir às pessoas, não substituí-las”, enriquecendo os processos de aprendizagem.

Ele ressalta a importância do fortalecimento da formação de professores, incluindo a digital, valorizar o ensino ativo e a cidadania responsável, evitando, ainda a tecnofobia. “Nossa atitude em relação à tecnologia nunca pode ser hostil, porque o progresso tecnológico faz parte do plano de Deus para a criação”, afirma, sublinhando que esse processo requer discernimento no planejamento do ensino.

“No sexagésimo aniversário do Gravissimum Educationis, a Igreja celebra uma história educacional frutífera, mas também enfrenta o imperativo de atualizar suas propostas à luz dos sinais dos tempos”, escreve o Papa Leão XIV, ressaltando que a tradição educacional católica pode, nesse momento, ser um farol para o desenvolvimento futuro, “não um refúgio nostálgico, mas um laboratório de discernimento, inovação pedagógica e testemunho profético.”

Leia o documento na íntegra em: https://www.vatican.va/content/leo-xiv/it/apost_letters/documents/20251027-disegnare-nuove-mappe.html

Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação

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