Há anos a Frontex é acusada de encobrir os reenvios forçados realizados pelas autoridades gregas
De acordo com um relatório do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF), divulgado na quinta-feira, 13, pelo portal alemão FragDenStaat, a agência europeia de controle de fronteiras, Frontex, encobriu a expulsão de migrantes da Grécia para a Turquia. De acordo com o ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, mais de 11.900 migrantes já chegaram à Grécia pelo Mediterrâneo em 2022.
O documento afirma que vários funcionários da Frontex encobriram casos de reenvios forçados, os chamados pushbacks, violando “direitos humanos fundamentais” dos migrantes. A expulsão forçada de pessoas, através de uma fronteira internacional, sem avaliar os direitos de asilo ou outras formas de proteção, viola o direito internacional e comunitário.
Há anos várias ONGs acusam a Frontex de encobrir as expulsões de migrantes, principalmente durante a onda migratória provocada pela guerra na Síria.
Em agosto de 2020, um funcionário da agência manifestou-se preocupado em um e-mail, depois de um avião da Frontex testemunhar um episódio em que as autoridades gregas forçavam uma embarcação a voltar a águas turcas.
Ainda na quinta-feira, a Frontex anunciou que as entradas irregulares na União Europeia (UE) aumentaram 70% entre janeiro e setembro deste ano, em comparação com o mesmo período em 2021, atingindo o maior número desde 2016. De acordo com o órgão, foram registradas 228.240 entradas, sendo que 33.380 aconteceram apenas em setembro.
Recentemente, mais de 20 migrantes morreram após dois naufrágios na costa da Grécia, enquanto tentavam cruzar o Mar Mediterrâneo para chegar até a Europa. De acordo com o ACNUR, desde o início do ano, pelo menos 1.200 migrantes já morreram ou desapareceram enquanto atravessavam o Mediterrâneo.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação Virtual