A Irmã Scalabriniana Rosita Milesi foi anunciada nesta quarta-feira, 9, como a laureada global do Prêmio Nansen 2024, concedido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Irmã Rosita é a segunda brasileira a receber a distinção, após Dom Paulo Evaristo Arns, que foi laureado em 1985.
Além de Irmã Rosita, outras quatro mulheres foram nomeadas como vencedoras regionais do Prêmio Nansen, são elas: Maimouna Ba (África), Jin Davod (Europa), Nada Fadol (Oriente Médio e Norte da África) e Deepti Gurung (Ásia-Pacífico). O Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, destacou que as cinco vencedoras demonstram o “papel fundamental” das mulheres “na resposta humanitária e na busca de soluções”, elogiando a dedicação delas em promover ações em suas próprias comunidades, construir apoio de base e até mesmo moldar políticas nacionais.
Irmã Rosita Milesi, é advogada, ativista, formadora de movimentos sociais e há quase 40 anos defende os direitos e a dignidade das pessoas em movimento. Ela é diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e coordena a RedeMIR, rede nacional que conta come 60 organizações e que atua em todo o Brasil, prestando apoio a refugiados e imigrantes.
O trabalho de Irmã Rosita teve e continua a ter um impacto significativo no cenário jurídico brasileiro, incluindo na formulação da Lei de Refugiados de 1997, que ampliou os direitos das pessoas refugiadas em consonância com a Declaração de Cartagena de 1984 e assegurou que a lei contemple mais ações para proteger e incluir pessoas forçadas a fugir, em conformidade com os padrões internacionais.
A premiação será entregue em uma cerimônia que acontecerá em Genebra, Suíça, no dia 14 de outubro, com transmissão ao vivo a partir das 14h30 (horário de Brasília).
O Prêmio Nansen foi criado em 1954 e recebeu este nome em homenagem aos trabalhos do humanitário, cientista, explorador e diplomata norueguês Fridtjof Nansen, que serviu como primeiro Alto Comissário para Refugiados da Liga das Nações. A premiação reconhece e celebra os trabalhos prestados por indivíduos, grupos ou organizações aos refugiados. Além da premiação global, desde 2017, também são reconhecidos os esforços humanitários de vencedores regionais.
Da Equipe de Comunicação, com informações de IMDH e ACNUR
