Na manhã desta sexta-feira, 09, o Papa Leão XIV presidiu a Santa Missa pro Ecclesia com os Cardeais na Capela Sistina. Durante a homilia, recordou, entre outros temas, o Papa Francisco, o Concílio Vaticano II e Santo Inácio de Antióquia.
No início de sua homilia, saudou os Cardeais em inglês, recordando o Salmo responsorial “Cantarei um cântico novo ao Senhor, porque ele fez maravilhas”. “E, de fato, não apenas comigo, mas com todos nós”, disse o Papa, que convidou os membros do Colégio Cardinalício a refletirem sobre “as maravilhas que o Senhor fez, as bênçãos que o Senhor continua a derramar sobre todos nós por meio do Ministério de Pedro.”
“O Senhor me chamou para carregar essa cruz e realizar essa missão, e sei que posso contar com cada um de vocês para caminhar comigo”, disse Leão XIV.
Durante sua homilia, recordou o episódio bíblico narrado no capítulo 16 do Evangelho de Mateus, quando Jesus pergunta aos Discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?”
O Papa destacou que, apesar de parecer banal, esse questionamento tem grande atualidade, pois existem duas possíveis interpretações. Na primeira, Jesus é apenas uma pessoa comum, sem importância. Na segunda, as pessoas o veem como uma pessoa reta e que diz coisas justas. No entanto, ele destaca, ambas as interpretações o veem apenas como um homem e, por isso, no momento do perigo, as pessoas o abandonam.
Leão XIV destacou que, hoje em dia, “não são poucos os contextos em que a fé cristã é considerada algo absurdo destinada a pessoas débeis e pouco inteligentes; contextos em que a ela preferem-se outras seguranças, como a tecnologia, o dinheiro, o sucesso, o poder e o prazer”. Nesses ambientes, ele pontuou, não é fácil testemunhar nem anunciar o Evangelho e aqueles que acreditam são ridicularizados e desprezados.
Nesses lugares, ele ressaltou, a missão se torna urgente, porque a falta de fé causa muitas feridas, com as quais a sociedade já sofre atualmente. “Ainda hoje, não faltam contextos nos quais Jesus, embora apreciado como homem, é simplesmente reduzido a uma espécie de líder carismático ou super-homem”, afirmou, sublinhando que isso é frequente não apenas entre não cristãos, mas também entre muitos batizados, que vivem “num ateísmo prático”. Recordando os ensinamentos do Papa Francisco, ele destacou que este é o mundo em que somos chamados a testemunhar a alegria da fé em Jesus.
Antes de concluir a homilia, Leão XIV citou a frase de Santo Inácio de Antióquia: “Então serei verdadeiro discípulo de Jesus, quando o meu corpo for subtraído à vista do mundo”. Ele pontuou que essas palavras recordam um compromisso irrenunciável para quem exerce um ministério de autoridade na Igreja: “desaparecer para que Cristo permaneça, fazer-se pequeno para que Ele seja conhecido e glorificado gastar-se até ao limite para que a ninguém falte a oportunidade de O conhecer e amar”.
Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação, com informações de Vatican News