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OIM: 2023 foi o ano mais mortal para os migrantes, com quase 8.600 registros

Mais de 63.700 migrantes morreram em rotas de todo o mundo desde 2014

De acordo com um comunicado da Organização Internacional para as Migrações (OIM), 2023 foi o ano mais mortal para os migrantes, com quase 8.600 migrantes mortes ou desaparecimentos em rotas migratórias em todo o mundo. Os dados são do projeto Missing Migrants, da OIM, que desde 2014 registra dados sobre mortes e desaparecimentos de migrantes.

No total, 8.565 migrantes morreram ou desapareceram em 2023, um aumento de 20% em comparação com 2022, quando o projeto registrou 7.141 mortes ou desaparecimentos. “Esses terríveis números coletados pelo Projeto Migrantes Desaparecidos também são um lembrete de que devemos nos comprometer novamente com uma ação maior que possa garantir a migração segura para todos e todas, para que, daqui a 10 anos, as pessoas não tenham que se arriscar em buscar por vidas melhores”, afirmou a vice-diretora-geral da OIM, Ugochi Daniels.

O total do ano passado ultrapassa o número de mortos e desaparecidos do ano de 2016, quando 8.084 pessoas morreram em rotas migratórias, e que, até então, era considerado como o ano recorde. De acordo com a OIM, pouco mais da metade das mortes foi resultado de afogamento. Outros 9% foram causadas por acidentes de veículos e 7% por violência.

Em 2023, pelo menos 3.129 migrantes morreram no Mar Mediterrâneo, dos quais 2.500 apenas no Mediterrâneo Central. As rotas da África apresentaram aumento no número de mortes e desaparecimentos no ano passado, passando de 1.031 em 2022 para 1.866 em 2023, sendo a maioria dos registros no Deserto do Saara e na rota marítima até as Ilhas Canárias.

Desde 2014, o projeto Missing Migrants registrou 63.719 mortes em rotas migratórias de todo o mundo, sendo que a rota do Mediterrâneo Central é considerada a mais mortal, com 22.953 registros. A OIM destaca que, no entanto, esses números podem ser muito maiores “devido aos desafios na coleta de dados, especialmente em locais remotos, como o Parque Nacional Darién no Panamá, e em rotas marítimas, onde a OIM regularmente registra relatos de naufrágios invisíveis, nos quais os barcos desaparecem sem deixar vestígios.”

Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação

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