Mais de 1 milhão de Rohingya estão refugiados em países da região
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) publicou uma nota na qual demonstra preocupação com a situação dos refugiados Rohingya que tiveram barcos interceptados e repelidos entre Bangladesh e Indonésia.
O comunicado destaca que a OIM “está alarmada com relatos de intercepção e repulsão de navios que transportavam refugiados Rohingya na Baía de Bengala e no Mar de Andamão, entre Bangladesh e a Indonésia”. Segundo o ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, pelo menos 88% dos refugiados Rohingya estão em Bangladesh.
De acordo com a OIM, pelo menos cinco navios com 1.087 refugiados Rohingya chegaram à Indonésia entre 14 e 22 de novembro, a maioria deles mulheres e crianças. Segundo a Organização, o país recebeu mais Rohingya “provenientes de campos de refugiados congestionados e com poucos recursos de Cox’s Bazar, em Bangladesh, do que em toda a temporada de navegação anterior, de outubro de 2022 a setembro de 2023.”
Sarah Lou Ysmael Arriola, Diretora Regional da OIM para a Ásia e o Pacífico, destacou que a Organização incentiva os países da região a realizar operações de busca e salvamento no mar e oferecer um porto seguro aos Rohingyas. “Impedir que os refugiados Rohingya desembarquem e empurrá-los de volta para o mar é uma violação dos direitos humanos básicos e dos princípios do direito internacional”, disse.
A OIM destacou que a piora nas condições de vida em Bangladesh, junto à falta de apoio humanitário e de soluções duradouras para os mais de 967 mil refugiados Rohingya no campo de Cox’s Bazar, além da escalada dos conflitos em Mianmar, tem feito com que cada vez mais pessoas se arrisquem em viagens de barco pela região. “Milhares de refugiados Rohingya também entraram este ano na Tailândia e na Malásia, onde enfrentam detenção e outros riscos de proteção.”
Segundo a OIM, quase três quartos das chegadas mais recentes são de mulheres e crianças. “Apesar do perigo extremo e dos riscos de exploração e abuso envolvidos, a maioria dos refugiados Rohingya embarcam em viagens marítimas facilitadas por contrabandistas de migrantes, com a intenção de chegar à Indonésia e depois à Malásia, onde existe uma grande comunidade Rohingya e oportunidades de geração de rendimentos”, destacou o comunicado.
No total, segundo o ACNUR, até 30 de setembro, pelo menos 1.094.198 Rohingya estavam refugiados em Bangladesh (967.467), Malásia (105.762), Índia (22.110) e Indonésia (859). De acordo com o ACNUR, desde 2022, 7.277 refugiados Rohingya embarcaram em viagens marítimas, dos quais 573 foram registrados como mortos ou desaparecidos e 727 têm status desconhecido. A maioria (43%) desembarcou na Indonésia.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação