O Vaticano divulgou durante a abertura do Jubileu dos Comunicadores, na sexta-feira, 24, a Mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado em 1º de junho com o tema “Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações (cf. 1 Pd 3,15-16)”. A mensagem é tradicionalmente divulgada no dia 24 de janeiro, quando é celebrada a Festa de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.
No texto, Francisco chama a atenção dos jornalistas e comunicadores para a necessidade de “colocar no centro da comunicação a responsabilidade pessoal e coletiva para com o próximo”, em um tempo marcado pela desinformação e polarização. “Ao pensar no Jubileu que estamos a celebrar como um período de graça em tempos tão conturbados, com esta Mensagem gostaria de vos convidar a ser comunicadores de esperança, começando pela renovação do vosso trabalho e missão segundo o espírito do Evangelho”, escreve o Pontífice.
Francisco destaca que, com frequência, “a comunicação não gera esperança, mas sim medo e desespero, preconceitos e rancores, fanatismo e até ódio”, muitas vezes utilizando a palavra “como uma espada” e recorrendo a informações falsas ou distorcidas para enviar mensagens destinadas a provocar e ferir. O Papa destaca seu apelo para “desarmar” a comunicação e de purifica-la da agressividade.
“Na verdade, ter esperança não é de todo fácil”, afirma Francisco, que destaca que, apesar de a esperança ser uma virtude escondida, pertinaz e paciente, ela não é uma escolha para os cristãos, mas uma condição imprescindível.
O texto destaca três mensagens extraídas pelo Papa Francisco da Primeira Carta de São Pedro (3, 15-16), que relacionam esperança, testemunho e comunicação cristã: A primeira mensagem destaca a necessidade de confessar Cristo como Senhor, enfatizando que a esperança cristã é centrada no Senhor ressuscitado, que nos acompanha através do Espírito Santo.
A segunda mensagem nos convida a dar razão da nossa esperança, enfatizando que os cristãos devem ressoar o amor de Deus através de suas ações e estilo de vida, não apenas com palavras. Já a última mensagem ressalta que a resposta deve ser dada com mansidão e respeito, promovendo uma comunicação próxima, como exemplificado por Jesus com os discípulos de Emaús.
“Por isso, sonho com uma comunicação que saiba fazer de nós companheiros de viagem de tantos irmãos e irmãs nossos para, em tempos tão conturbados, reacender neles a esperança”, afirma o Papa, pontuando que a comunicação deve gerar atitudes de abertura e amizade e que ajude a reconhecer a dignidade de cada pessoa.
Francisco destaca que a esperança é um projeto comunitário, e convida a pensar na grandeza da mensagem do Ano Jubilar. “Estamos todos – realmente todos! – convidados a recomeçar, a deixar que Deus nos reerga, nos abrace e inunde de misericórdia. E entrelaçadas com tudo isto estão a dimensão pessoal e a dimensão comunitária. É em conjunto que nos pomos a caminho, peregrinamos com tantos irmãos e irmãs, e, juntos, atravessamos a Porta Santa”, escreve.
O Papa exorta a dar espaço à confiança do coração, que como uma flor frágil mas resistente, cresce nos lugares mais inesperados: “na esperança das mães que rezam todos os dias para rever os seus filhos regressar das trincheiras de um conflito; na esperança dos pais que emigram, entre inúmeros riscos e peripécias, à procura de um futuro melhor; na esperança das crianças que, mesmo no meio dos escombros das guerras e nas ruas pobres das favelas, conseguem brincar, sorrir e acreditar na vida.”
Francisco convida, ainda, que os comunicadores pratiquem uma comunicação que cure as feridas da humanidade e que sejam promotores de uma comunicação não-hostil, que construa pontes. “Tudo isto podeis e podemos fazê-lo com a graça de Deus, que o Jubileu nos ajuda a receber em abundância. Por isto, rezo por cada um de vós e pelo vosso trabalho, e vos abençoo.”
Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação