O dia 30 de julho marca o Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas. Essa data foi instituída em 2013 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, como forma de conscientizar a sociedade sobre esse crime que afeta milhares de pessoas em todo o mundo, além de dar visibilidade às vítimas e destacar a importância do combate ao tráfico humano.
O tema definido pela UNODC, o Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, em 2025, “Tráfico de Pessoas é Crime Organizado – Acabar com a Exploração”, destaca o tráfico para fins de criminalidade forçada. A instituição destaca que o tráfico de pessoas continua sendo uma ameaça global impulsionada pelo crime organizado, com um número de vítimas que aumenta a cada ano.
“A campanha deste ano destaca o papel vital da aplicação da lei e do sistema de justiça criminal no desmantelamento de redes de tráfico organizado, garantindo ao mesmo tempo uma abordagem centrada na vítima”, afirma um comunicado da UNODC.
De acordo com o UNODC, grupos criminosos organizados são responsáveis por 74% dos casos de tráfico detectados, se infiltrando em setores legítimos, como agricultura, construção e hotelaria, “explorando brechas regulatórias e alimentando uma cultura de impunidade”. Segundo o UNODC, o trabalho forçado representa cerca de 42% dos casos detectados em todo o mundo.
O Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas de 2024 da UNODC aponta que, entre 2020 e 2023, um total de 202.478 vítimas foram identificadas, sendo 62% adultos e 38% crianças, a maioria delas mulheres (39%) e meninas (22%).
O documento aponta que, em comparação com 2019, foi observado um aumento de 25% na detecção de vítimas de tráfico humano, após uma queda durante a pandemia de Covid-19. Esse aumento também foi observado no número de crianças vítimas do tráfico humano, com 31% a mais que o observado em 2019, com um crescimento de 38% nos registros de meninas e de 24% de meninos.
Em mensagem, o Secretário-geral da ONU, António Guterres, ressaltou que “o tráfico de pessoas é um crime hediondo e uma grave violação dos direitos humanos”, afirmando que essa é uma das formas de crime organizado que mais cresce.
Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação