Mais de 108 mil migrantes já chegaram à Europa pelo Mediterrâneo em 2023
No domingo, 23, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, realizou uma conferência em Roma com os governos de países da região do Mediterrâneo para tratar sobre os fluxos irregulares de migração para o continente europeu. Recentemente, a UE firmou um acordo com a Tunísia com o objetivo de reduzir o número de migrantes que chegam à Europa.
Segundo comunicado do governo italiano, “a Conferência visa regular o fenômeno migratório, combater o tráfico de seres humanos e promover o desenvolvimento económico segundo um novo modelo de colaboração entre os Estados.”
Em seu discurso de abertura, Meloni afirmou que os fluxos de migração irregular estão prejudicando todas as nações do Mediterrâneo. “Ninguém beneficia com isso a não ser as organizações criminosas que enriquecem à custa dos mais fracos, dos mais frágeis e que depois usam também a sua força contra os Estados”, disse a primeira-ministra, que pediu às demais nações que lutem em conjunto contra os traficantes de pessoas.
Ainda, Giorgia Meloni afirmou que para que os esforços pelo fim da migração irregular sejam efetivos, é necessário um maior investimento para o desenvolvimento da África e nos demais países de origem dos migrantes. “O primeiro objetivo desta Conferência deve ser o lançamento de iniciativas e projetos de desenvolvimento para a região mediterrânica alargada, da África Subsaariana”, disse.
No dia 16 de julho, a União Europeia e a Tunísia, um dos principais pontos de partida e origem de migrantes que tentam cruzar o Mediterrâneo a caminho da Europa, assinaram um Memorando de Entendimento para conter a migração irregular, que prevê um financiamento para a Tunísia que pode chegar a quase 1 bilhão de euros para “gestão de fronteiras”. Um dos objetivos da conferência é ampliar o acordo a outros países.
Segundo dados do ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, mais de 84 mil migrantes chegaram à Itália pelo Mediterrâneo desde janeiro. No total, em 2023, 108.095 pessoas chegaram pelo mar à Itália, Grécia, Espanha, Chipre e Malta.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação