Armênia se prepara para receber os 120 mil habitantes da região
Em uma publicação no X/Twitter nessa quinta-feira, 28, o Alto-Comissário do ACNUR, Filippo Grandi, afirmou que cerca de 50 mil pessoas fugindo de Nagorno-Karabakh, no Azerbaijão, já entraram na Armênia. A região estava sob controle de um grupo étnico armênio desde 1994, mas seu controle foi recuperado pelo governo azerbaijano durante a última semana.
Com os conflitos se intensificando em Nagorno-Karabakh, a Armênia se prepara para receber as 120.000 pessoas que viviam no enclave. Na segunda-feira, 25, uma explosão em um posto de gasolina, onde centenas faziam fila para abastecerem seus carros a caminho da Armênia, matou 68 pessoas e deixou outros 290 feridos.
Segundo a VOA News, autoridades armênias afirmam que mais da metade dos armênios étnicos que viviam em Nagorno-Karabakh já haviam cruzado a fronteira para a Armênia até a manhã desta quinta-feira.
Na quarta-feira, 27, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil se pronunciou sobre os conflitos, ressaltando que a situação “causa grande preocupação ao governo brasileiro, sobretudo em vista de suas graves implicações humanitárias e políticas”. Segundo o MRE, a situação “seguirá sendo objeto de atenção do Brasil, em coordenação com os demais membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, especialmente em vista da iminente assunção da presidência rotativa do órgão pelo país, em 1º de outubro.”
Os conflitos em Nagorno-Karabakh começaram em 1923, quando a região, cuja maioria de sua população é de etnia armênia, foi anexada à República Soviética do Azerbaijão. Em 1991, com o colapso da União Soviética, um movimento separatista ganhou força na região e, após anos de conflito, em 1994, um cessar-fogo foi alcançado, com a condição de que Nagorno-Karabakh continuasse como território azerbaijano, mas com um governo autônomo.
Em 2020, o governo do Azerbaijão ordenou uma operação militar para recuperar áreas dentro do território, o que enfraqueceu a região autônoma. Na última semana, uma operação que durou menos de 24h acabou com a resistência do governo de Nagorno-Karabakh, que será dissolvido em 1º de janeiro de 2024, como anunciou o presidente da região, Samvel Shahramanyan.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação, com informações da VOA News