Migrantes tentavam atravessar o Mediterrâneo para chegar até a Itália
De acordo com um comunicado da Guarda Nacional da Tunísia na segunda-feira, 15, mais de 650 migrantes, incluindo egípcios vindos da Líbia, foram detidos no mar ou impedidos de sair do país pelas autoridades tunisianas no último final de semana.
Um total de 657 pessoas, incluindo uma família tunisina com mulheres e crianças, foram retiradas do mar ou impedidas de sair da Tunísia entre sexta-feira, 12, e segunda-feira em 46 diferentes tentativas de emigração, de acordo com informações das autoridades.
As pessoas tentavam atravessar o Mediterrâneo para chegar à Itália, cujo litoral fica a apenas 200km da costa tunisiana e é o principal ponto de entrada de migrantes na Europa.
Durante a noite de domingo, 14, para segunda-feira, “unidades da guarda marítima do norte, centro e litoral sul conseguiram frustrar dez tentativas de travessia da fronteira e resgataram 156 pessoas”, relata a Guarda Nacional tunisiana em um comunicado.
Entre os 156 migrantes, foram identificados 102 cidadãos de países da África Subsaariana, sendo que os outros 54 eram cidadãos tunisianos. Na noite anterior, a Guarda Nacional afirmou ter “impedido 11 tentativas de emigração de, ao todo, 219 migrantes das costas central e sul do país”, incluindo 113 cidadãos da África Subsaariana e o restante de cidadãos da Tunísia. As autoridades ainda afirmaram terem apreendido 12 motores e 7 barcos, sem especificar suas condições.
A marinha militar, por sua vez, “resgatou 42 egípcios” no domingo em frente ao arquipélago de Kerkennah (centro-leste), após o barco em que estavam naufragar. Eles haviam deixado a costa da Líbia na noite anterior, segundo o porta-voz do Ministério da Defesa, Mohamed Zekri. Após o naufrágio, eles se refugiaram em uma plataforma petrolífera a sudeste do arquipélago.
As forças de segurança da Tunísia impediram durante a noite de sexta-feira para sábado, 13, uma tentativa de saída da cidade Hammamet (centro-leste) de uma família de 15 pessoas de Kairouan (centro), que incluía cinco mulheres e quatro crianças.
Na mesma noite, a Guarda Nacional informou ter interceptado 225 migrantes em 23 tentativas diferentes de saída da costa tunisiana, sem especificar a origem dessas pessoas.
Na primavera e no verão, graças ao clima mais ameno, as tentativas de emigração ilegal para a Europa tendem a aumentar, visto que as condições de navegação são melhores. De acordo com a agência europeia Frontex, a rota do Mediterrâneo Central foi percorrida por mais de 42,5 mil migrantes entre janeiro e julho deste ano, um aumento de 44% em relação aos primeiros sete meses de 2021.
Entre janeiro e julho, pelo menos 40.000 pessoas já chegaram à Itália cruzando o Mediterrâneo. Desde 1º de janeiro de 2022, a Organização Internacional das Migrações (OIM) já registrou quase 900 mortes ou desaparecimentos no Mediterrâneo Central.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação Virtual