O Papa Francisco participou nesta sexta-feira, 20, na Celebração do 10º aniversário do primeiro Encontro Mundial de Movimentos Populares, durante a qual falou da importância do evento e destacou a luta contra a injustiça social.
“Mais tarde ou mais cedo, as coisas mudarão para melhor”, ressaltou o Papa, destacando que o povo saiu da passividade e do pessimismo, não se deixando abater pela dor e pela resignação e “se reconheceram como sujeitos protagonistas da história”, progredindo na luta pela justiça social.
Francisco destacou, ainda, que se não existem boas políticas públicas que afirmem a justiça social, para que todos tenham terra, teto e trabalho e acesso aos direitos sociais adequados, “a lógica do descarte material e o descarte humano vai se estender, deixando em seu caminho violência e desolação.”
O Papa criticou o atual sistema econômico, ressaltando que, muitas vezes, os mais ricos vão contra a justiça social, influenciando leis que os beneficiam em detrimento dos mais pobres. Ele sublinhou, ainda, que “se essa se essa porcentagem tão pequena de milionários, que acumulam a maior parte da riqueza do planeta, se animar a compartilhá-la fraternalmente, que bom seria para eles e para todos.”
O Pontífice pontuou, no entanto, que os pobres não podem esperar, afirmando que, se os movimentos populares não gritam, não lutam e não despertam a consciência, “as coisas vão ser mais difíceis.”
Francisco ressaltou que, em muitos casos, a acumulação de riqueza é mostrada como uma virtude, mas afirma: “Não é uma virtude, é um vício. As riquezas são para compartilhar”. Ele destacou que o impulso a ter cada vez mais dinheiro é “uma atitude doentia”, e imoral, que deve ser renunciada.
“A justiça social é inseparável da compaixão”, afirmou o Papa, destacando que compaixão é compartilhar o sentimento do outro e ser próximos uns aos outros. “Seja compartilhando o mesmo sofrimento, seja nos comovendo com o sofrimento dos outros, a verdadeira compaixão constrói a unidade dos povos e a beleza do mundo”, disse.
O Papa sublinhou, ainda, o problema do “silêncio indiferente”, tão presente na atualidade e que abre caminho à divisão social, dando lugar às diferentes formas de violência, que levam à “guerra de todos contra todos.”
Confira o discurso completo
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação