No domingo, 17, será celebrado o VIII Dia Mundial dos Pobres, com o tema “A oração do pobre eleva-se até Deus”. Na data, o Papa Francisco almoçará com cerca de 1.300 pessoas carentes, em evento realizado na Sala Paulo VI.
Em sua mensagem para a data, o Papa destaca que os pobres têm “um lugar privilegiado no coração de Deus, a tal ponto que, perante o seu sofrimento, Deus se “impacienta” enquanto não lhes faz justiça”, recordando o livro de Ben-Sirá.
Francisco sublinha que Deus, sendo um pai atento e carinhoso, “conhece os sofrimentos dos seus filhos” e se preocupa com aqueles que mais precisam dele: “os pobres, os marginalizados, os que sofrem, os esquecidos… Ninguém está excluído do seu coração, uma vez que, diante d’Ele, todos somos pobres e necessitados”, afirma o Pontífice.
O Papa destaca que, se não fosse por Deus, não haveria vida e que, mesmo assim, muitas vezes “vivemos como se fôssemos os donos da vida”. Ao recordar que a mentalidade do mundo nos incentiva a alcançar o poder e a fama a qualquer custo, ele afirma: “Que triste ilusão! A felicidade não se adquire espezinhando os direitos e a dignidade dos outros.”
“A violência causada pelas guerras mostra claramente quanta arrogância move aqueles que se consideram poderosos aos olhos dos homens, enquanto aos olhos de Deus são miseráveis”, continua Francisco, que recorda que a política das armas produz novos pobres e vítimas inocentes, para os quais todos os cristãos devem ser instrumentos da promoção e libertação.
Neste ano dedicado à oração em preparação ao Jubileu de 2025, o Papa convida todos a rezar junto aos pobres, recordando que a pior discriminação sofrida pelos pobres é a falta de cuidado espiritual. “A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta dum caminho de crescimento e amadurecimento na fé. A opção preferencial pelos pobres deve traduzir-se, principalmente, numa solicitude religiosa privilegiada e prioritária”, escreve.
Francisco destaca que “tudo isto requer um coração humilde, que tenha a coragem de se tornar mendigo. Um coração pronto a reconhecer-se pobre e necessitado”. Ele destaca que o verdadeiro pobre é o humilde, pois não tem nada de que se vangloriar, “sabe que não pode contar consigo próprio, mas acredita firmemente que pode recorrer ao amor misericordioso de Deus, diante do qual se encontra como o filho pródigo que regressa a casa arrependido para receber o abraço do pai”. O Papa ressalta que o pobre recebe a força de Deus e Nele coloca sua confiança. “Com efeito, a humildade gera a confiança de que Deus nunca nos abandonará e não nos deixará sem resposta”, afirma.
“Aos pobres que habitam as nossas cidades e fazem parte das nossas comunidades, recomendo que não percam esta certeza: Deus está atento a cada um de vós e está perto de vós. Ele não se esquece de vós, nem nunca o poderia fazer”, sublinha o Papa.
Francisco recorda, ainda, que o Dia Mundial dos Pobres é uma oportunidade pastoral que desafia cada fiel a escutar a oração dos pobres e enxergar a sua presença e suas necessidades. “Os pobres têm ainda muito para ensinar, porque numa cultura que colocou a riqueza em primeiro lugar e que sacrifica muitas vezes a dignidade das pessoas no altar dos bens materiais, eles remam contra a corrente, tornando claro que o essencial da vida é outra coisa”, afirma o Papa.
O Papa exorta os fiéis a “fazerem-se peregrinos da esperança, dando sinais concretos de um futuro melhor”, chamando todos a guardar os pequenos detalhes do amor. “Neste momento, em que o canto da esperança parece dar lugar ao ruído das armas, ao grito de tantos inocentes feridos e ao silêncio das inúmeras vítimas das guerras, dirijamos a Deus a nossa invocação de paz. Somos pobres de paz e, para a acolher como um dom precioso, estendemos as mãos, ao mesmo tempo que nos esforçamos por costurá-la no dia-a-dia”, pede Francisco.
Leia a mensagem na íntegra clicando aqui.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação