Mais de 67 mil migrantes desapareceram em todo o mundo desde 2014
A Rede das Nações Unidas sobre Migração para a África Central e Ocidental realizou, em coordenação com o Governo da Gâmbia na semana passada um encontro de dois dias para o diálogo inter-regional sobre a implementação do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular (GCM, na sigla em inglês) na África e nas Américas. Entre as discussões estão os migrantes desaparecidos e o aumento dos deslocamentos climáticos.
O evento reuniu nove Mecanismos de Consulta Interestaduais sobre Migração (ISCMs, na sigla em inglês) para discutir suas contribuições concretas para a implementação do Pacto Global. Em nota, Karl Frédérick Paul, Coordenador Residente das Nações Unidas em Gâmbia, afirmou que uma das finalidades do evento foi de atingir uma compreensão abrangente das pegadas do GCM nos dois continentes. “Não vamos nos esquecer das histórias humanas por trás das estatísticas – a migração é sobre pessoas, suas aspirações, e suas jornadas e tem potencial de ser um agente impulsionador de desenvolvimento, crescimento econômico e mudanças positivas”, afirmou.
Durante os dois dias de duração, o evento buscou melhorar o compartilhamento sobre tendências emergentes de migração e coleta de dados em regiões distintas. Entre as áreas chave discutida estão os dados sobre migrantes desaparecidos, a melhoria das vias regulares de migração e a garantia da proteção dos migrantes, o aumento do deslocamento climático, entre outros tópicos.
Mais de 67 mil migrantes desaparecidos desde 2014
De acordo com os dados do Projeto Migrantes Desaparecidos, da OIM, pelo menos 67.451 migrantes morreram ou desapareceram em rotas migratórias de todo o mundo desde 2014. Desse total, mais de 30 mil foram na região do Mar Mediterrâneo.
Outras 15.915 mortes ou desaparecimentos foram registradas no continente africano na última década, além de 9.679 registros feitos no continente americano.
120 milhões de refugiados em todo o mundo
De acordo com o relatório Tendências Globais de Deslocamento 2024 do ACNUR, lançado no início de junho, o mundo atingiu a marca de 120 milhões de pessoas deslocadas à força. Em comunicado, o ACNUR afirmou que, nos últimos doze anos, foram observados aumentos nos números globais de deslocamento forçado, sendo que o mais recente se deve “tanto às consequências de conflitos novos e existentes quanto à incapacidade de resolver crises prolongadas.”
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação, com informações da OIM