No dia 24 de novembro será celebrada a 39ª Jornada Mundial da Juventude, que terá como tema “Aqueles que esperam no Senhor, caminham sem se cansar”. Em sua mensagem para a data, o Papa Francisco recorda a importância da esperança frente às adversidades e chama os jovens a serem peregrinos “nas pegadas do amor”.
Francisco recorda que, assim como os hebreus que viviam o exílio na Babilônia, o mundo vive hoje tempos marcados por “situações dramáticas que geram desespero e nos impedem de olhar para o futuro com espírito sereno”, entre elas a guerra, injustiças sociais, desigualdade e a fome. Ele ressalta que, em muitos casos, o preço mais alto é pago pelos jovens, que vivem com a incerteza do futuro, sem vislumbrar perspectivas seguras, “correndo assim o risco de viver sem esperança, prisioneiros do tédio e da melancolia”.
“Por isso, queridos amigos, gostaria que, como aconteceu ao povo de Israel na Babilônia, chegasse também a vós o anúncio da esperança: hoje o Senhor abre diante de vós um caminho e convida-vos a percorrê-lo com alegria e esperança”, afirma o Papa.
“A nossa vida é uma peregrinação, uma jornada que nos empurra para além de nós mesmos, um caminho em busca da felicidade”, recorda Francisco, que destaca que a vida cristã “é uma peregrinação em direção a Deus, à nossa salvação e à plenitude de todo o bem”. Ele destaca que as realizações da vida, se forem apenas materiais, após a satisfação inicial, ainda deixam o desejo de algo mais profundo, pois “fomos criados por Aquele que é infinito e, por isso, em nós habita o desejo de transcendência.”
O Papa ressalta, ainda, após o entusiasmo inicial da jornada, em algum momento vem o cansaço. “Em alguns casos, o que provoca ansiedade e cansaço interior são as pressões sociais”, o que, para o pontífice, é resultado de um “ativismo vazio”, que leva a fazer muitas coisas e, ainda, assim, sentir que nunca é suficiente.
Francisco recorda que este cansaço é, em muitos casos, acompanhado pelo tédio, o estado de insatisfação de quem não se coloca a caminho e prefere ficar na sua zona de conforto, fechado em si mesmo. “Este tipo de cansaço é como um cimento no qual mergulhamos os pés, e que acaba por endurecer, pesar, paralisar e impedir-nos de avançar. Prefiro o cansaço dos que estão a caminho do que o tédio dos que estão parados e não têm vontade de andar”, sublinha.
O Papa destaca que, no entanto, a solução para o cansaço não é parar para descansar, mas “pôr-se a caminho e tornar-se peregrino da esperança”. “Este é o convite que vos faço: caminhai na esperança!”, chama Francisco, que ressalta que a esperança vence todo o cansaço e dá motivação para avançar, pois é um dom recebido de Deus.
O Pontífice recorda, também, os desafios enfrentados na caminhada, que fazem a vida se assemelhar a um deserto. “Estes momentos de crise, porém, não são tempos perdidos ou inúteis, mas podem revelar-se importantes oportunidades de crescimento”, afirma Francisco, que recorda que, mesmo nestes momentos, o Senhor não nos abandona.
Francisco convida os jovens a se colocarem a caminho “nas pegadas do amor, em busca do rosto de Deus”, recomendando que o façam não como turistas, que passam pelos lugares da vida de forma superficial, mas como peregrinos, que mergulham de alma e coração nos lugares que encontram, tornando-os “parte da sua busca de felicidade.”
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação