Organização do grupo espera que até 15.000 pessoas se juntem na caminhada até a fronteira com os EUA
Pelo menos 11 mil pessoas estão reunidas em Tapachula, México, para caminhar até a fronteira com os Estados Unidos, de acordo com Luis García Villagrán, diretor da ONG Centro de Dignificação Humana e organizador do grupo. A caravana pretende sair da cidade na segunda-feira, 6, caso não recebam vistos prometidos pelo Instituto Nacional de Migração do México (INM).
De acordo com Villagrán, 70% dos migrantes, que assinaram uma lista de participação na caravana, são mulheres grávidas, crianças, adolescentes, mulheres solteiras com filhos, pessoas com deficiência, membros da comunidade LGBTI+ e idosos. De acordo com o organizador, é esperado que ainda mais pessoas se juntem à caravana – que já é uma das maiores da última década – chegando a 15.000 pessoas.
A maior parte dos migrantes é da Venezuela, Cuba e Nicarágua, mas há também pessoas do Haiti, Honduras, Guatemala, Índia, Bangladesh e países do continente africano. Segundo Villagrán, o INM enviou a ele uma carta em que afirmava que a situação documental dos que assinaram a lista seria resolvida em breve. Caso nada seja feito, Luis afirma que a caravana irá deixar Tapachula na segunda-feira. “Vamos deixar Tapachula pacificamente, até que Deus nos diga até onde vamos”, afirmou em entrevista ao The Guardian.
O envio da carta marca a primeira vez que o governo mexicano respondeu a uma caravana de migrantes antes de sua partida. Para Villagrán, a imigração é usada como uma ferramenta política. “Essas mulheres e crianças são como moedas a serem trocadas”, afirma. Com a proximidade da Cúpula das Américas, que será iniciada na segunda-feira, 6 – mesma data prevista para a saída da caravana – ele acredita ser “muito possível” que os migrantes sejam usados pelo presidente mexicano “para parecer um humanitário.”