Organizações afirmam que os números cresceram 2.000% desde 2019
De acordo com os últimos dados do Conselho Nacional para Emergências e Reabilitação (CONASUR) do Governo de Burkina Faso, o número de deslocados internos pela violência causada pelo terrorismo ultrapassou 1,9 milhão. Pelo menos 52% dos deslocados são crianças até os 14 anos de idade.
Segundo as autoridades do país, houve um aumento de aproximadamente 2,7% em comparação com a última contagem, realizada no final de março deste ano. O número de pessoas obrigadas a fugir de suas casas por causa da violência aumentou de 1.850.923 para 1.902.150.
As regiões mais afetadas são o Centro-Norte, que representa 34,5% dos deslocados, com mais de 650.000 pessoas em fuga, e o Sahel, com 30,2%, com mais de 570.000, sendo que pelo menos 53% são mulheres. Em março, o Conselho Norueguês para os Refugiados (CNR), a Ação Contra a Fome, os Médicos do Mundo e a Oxfam declararam em um comunicado conjunto que, desde janeiro de 2019, a população deslocada no Burkina Faso aumentou em 2.000%.
Ataques terroristas
O Burkina Faso tem sofrido com ataques terroristas ligados a grupos islâmicos desde abril de 2015. A região mais atingida do país desde então é o Sahel, que faz fronteira com o Mali e o Níger, mas outras áreas do país também sofrem constantemente com esse tipo de violência, muito associada também à perseguição religiosa.
Em novembro de 2021, um ataque a um posto de polícia causou 53 mortes, o que levou a protestos exigindo a demissão do então Presidente burquinabé, Roch Kaboré. Em 24 de janeiro, os militares tomaram o poder num golpe de Estado – o quarto na África Ocidental desde agosto de 2020 – e depuseram o Presidente.
Em operações recentes, iniciadas em 19 de maio, o exército anunciou ter matado um total de 50 terroristas, incluindo dois líderes dos grupos.