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História de Migração: acompanhe o especial das Scalabrinianas para a Semana do Migrante

Durante a celebração da 38ª Semana do Migrante, preparamos um especial com história de vidas na migração! Acompanhe!

22/06 – História de Migração por Irmã Marivane Chiesa

Desde a minha adolescência eu sonhava em ser uma missionária. Aos poucos esse desejo foi amadurecendo e nunca mais deixou de inquietar meu coração.
Minha história de migração, muito ligada as escolhas vocacionais que fiz, aconteceu muito cedo na minha vida. Porém o que marcou muito a minha vida foi a de 1998 quando, pela primeira vez, atravessei o oceano. Já se passaram 23 anos vividos em diferentes Comunidades do Continente Africano, passando por dois países, África do Sul e Angola.
Chegando em Joanesburgo, África do Sul, País de idioma inglês, terra de muitos conhecimentos e desafios, país de acolhida de muitos refugiados provenientes de outros países africanos. Ali, tive a oportunidade de partilhar um tempo da minha vida com os refugiados de mais de 19 países que chegavam aqui, para encontrar segurança, trabalho… e para muitos deles, o lugar onde viviam era a rua ou um quarto partilhado com várias pessoas, um número sempre acima da capacidade do espaço. Em cada rosto dos refugiados, uma história, uma esperança, um sonho, um recomeço. Eles me ensinaram que aprender a lutar pela vida e a sobrevivência desde criança, nunca desistir, nem mesmo desanimar na busca de uma vida melhor, mais digna, faz parte da história do refugiado.
Em 2004 foi necessário partir para Luanda, Angola. Mais uma vez ultrapassando fronteiras para ir ao encontro do povo daquele país da costa ocidental da África que foi massacrado pelos quase 30 anos de guerra, mas que viviam confiantes nos sinais de paz e na esperança de dias melhores. Os retornados chegavam com quase nada, sem contar que no lugar de onde partiram, o tempo e a guerra se encarregaram de deixar apenas ruínas e destruição. Esta missão exigiu de mim muito mais sacrifício, criatividade e dedicação, mas que conquistou meu coração missionário.
O movimento de retorno do povo angolano, voltando dos países que os havia acolhido durante décadas, era como o movimento da ação de Deus me impulsionando a agir no meio deste povo marcado pelo sofrimento. Ali Deus me convidava a realizar seu projeto de amor.
Em 2009 continuei minha missão no Brasil, na região das Três Fronteiras – Brasil, Argentina e Paraguai, lugar de muita migração também, onde coloquei meus pés a caminho com a benção e a graça de Deus.
No início de 2012, mais uma vez atravessei o Atlântico. Desta vez, foi para participar da abertura de uma nova missão na Diocese de Uije, ao Norte de Angola, fronteira com a República Democrática do Congo (RDC), com o objetivo de uma presença sócio-pastoral na fronteira. Aprendi a amar este povo como minha família alargada.
Outra vez, eu no avião em final de 2017, partindo para a África do Sul, desta vez para coordenar o Centro de Acolhida Bienvenu para mulheres e crianças refugiadas em Joanesburgo, uma obra da Congregação. Quando falamos que as crianças refugiadas são a pupila dos olhos de Deus, elas são também a pupila dos nossos olhos. Em cada olhar e em cada sorriso de uma criança, posso sentir o olhar de Deus voltado para mim neste espaço de missão que Ele me colocou.
Posso dizer que em todas as migrações que fiz, senti-me acompanhada pela forte presença do amor de Deus que me desafiou a não parar jamais, não ter medo de seguir em frente e nunca desistir de caminhar. Deus me conduziu a cada passo. Senti o seu amor e a sua mão protetora me conduzindo, fazendo meus passos andarem no ritmo dos pés de Deus e do povo.
Amo ser Scalabriniana, migrante com os migrantes.

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20/06 – História de Migração por Irmã Kleise Rostirolla

Minha história de migração começa muito antes do meu nascimento, sou descendente de uma família migrante, meus bisavôs emigram da Itália para o Brasil, desde pequena sempre escutava as histórias do que passaram e como viveram a migração e tudo sempre foi tocando muito meu coração.
Como Missionária Scalabriniana, pude ter a experiencia de estar em Buenos Aires – Argentina e partilhar a vida junto com migrantes e refugiados.
No ano de 2014, fui enviada a Ressano Garcia – Moçambique, um país que se encontra no sul do continente Africano, ali estive por quatro anos. Tinha medos, incertezas, mas acima de tudo uma alegria muito grande de poder servir a Cristo nas pessoas que lá encontraria. Aprendi a ser mais humana, a ver que por detrás de cada pessoa existe uma história e que esta deve ser respeitada. Aprendi que o amor não tem fronteiras e que não podemos ser indiferentes diante de tantas situações que oprimem e excluem. Ali os olhos das pessoas me ajudaram a ver, suas mãos me ajudaram a abraçar, seus pés me ajudaram a caminhar e a alegria me ajudaram sentir um Deus que é amor e que nos convida a amar.
Em 2018, arrumei minhas malas e parti para uma missão um pouco diferente. Fui viver na Itália, para continuar meus estudos. La estive por um ano e meio. Aprender uma nova língua, uma nova cultura e a saudades da missão de Moçambique foram grandes desafios.
Como o caminho se faz caminhando, desde o ano de 2021, me encontro em missão em Cidade do México. Novos desafios chegaram, aprender um outro idioma, aprender outra cultura. Aqui estou aprendendo a amar esta nova cultura, suas festas, comida e músicas. Estar em uma realidade aonde o fenômeno migratório é grande e gritante, está fazendo com que eu reafirme cada vez mais o sentido de ser Scalabriniana, buscando um mundo sem fronteiras.
No meu caminho de ser migrante com os migrantes, vou aprendendo que todos nós compartilhamos uma mesma utopia, de um mesmo horizonte, todos buscamos ser felizes e viver com dignidade.
Agradeço profundamente a cada migrante que encontrei e encontro no caminho, pois são eles que me fazem entender minha missão e vocação. Todas estas experiências vão construindo a pessoa que hoje sou.

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19/06: História de Migração por Irmã Marizete Garbin

Em 1982 foi um ano que deixou marcas de migração profundas em minha vida e na de minha família. Meus pais decidiram migrar, saindo do Brasil para o Paraguai.

Desde muito cedo senti os dramas da migração e as grandes esperanças que cresciam na minha família: 

Aprendizagem de novo idioma,

Continuidade dos estudos dos filhos e da catequese,

Aplicação do documento de Identidade,

Diferenças de cultura e religião.

Posso dizer que minha história migratória está muito ligada com a minha opção vocacional. Depois que decidi ser Missionária Scalabriniana, nunca mais parei de migrar. No Paraguay, como Scalabriniana, realizei minha primeira missão junto as mulheres migrantes. Esta missão caiu bem no meu coração! Em 1997, no Brasil, cursei estudos de Teologia. Ao mesmo tempo que estudei, fiz a experiência de missão junto aos migrantes latino-americanos, em Parto Alegre/RS. Esta oportunidade de integrar estudo e missão fez acontecer uma grande mudança dentro de mim. No ano de 2002, voltei a migrar. Em cada migração, acontecia um grande movimento de mudança dentro de mim. Fui para África do Sul, terra que me ensinou muito, me fez ficar firme frente aos desafios e discernimentos da missão; terra de muitas graças e conhecimento adquirido, aprendi a mudar desde a mente e o coração, novos pensamentos, reflexões a experiência que foram mudando e transformando minha vida. Em 2005, voltei a fazer mais uma migração e, desta vez, para Moçambique, onde foram mais anos de graça a mim oferecidos, para continuar mergulhando na missão. Em 2010, outra missão cheia de alegrias e esperanças, desafios e oportunidades, me fez voar para a República Democrática do Congo. Esta migração foi sinônimo de desapego, de me colocar nas mãos e no coração de Deus, caminhar com o sofrido povo desta terra, criar e recriar a missão, sempre na certeza de Deus Peregrino fazendo passos comigo. Em 2019 voltei novamente para África do Sul, onde até hoje me encontro. Cada experiencia vivida foi recriando novos aprendizados e novas luzes se acenderam, novas maneiras de vivenciar o Deus do Caminho na missão foram acontecendo. Destaco o desinstalar-se e desacomodar-se; conhecer e inserir-se em realidades e culturas diferentes; aprender novos idiomas (inglês, francês e espanhol); fazer novas amizades; enfrentar novos problemas a cada realidade que encontro, dentre outros.  Porém, estou certa de que é importante deixar marcas na vida dos Migrantes e também deixar se marcar, a partir da realidade do povo, nas diferentes comunidades. Para mim, todas as experiências de migração foram conduzidas e sustentadas por Deus que me mostrou a Luz da verdade, partilhando com migrantes e refugiados, em um movimento contínuo de DAR e RECEBER. 

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Da Equipe de Comunicação em colaboração com as Irmãs e Colaboradores

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