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Itália impede desembarque de 35 migrantes resgatados no mar

Mais de 900 migrantes continuam aguardando autorização para desembarque

No domingo, 6, após indicar o porto de Catânia, na Sicília, para o desembarque de migrantes resgatados pelo navio humanitário Humanity 1, da SOS Humanity, autoridades italianas impediram 35 dos sobreviventes a bordo de desembarcar. Outros três navios aguardam autorizações para desembarque de migrantes resgatados.

Com 179 migrantes a bordo, o Humanity 1 teve acesso ao porto siciliano, no entanto, apenas as mulheres grávidas, menores e doentes tiveram autorização de desembarcar, totalizando 144 desembarcados. Os 35 homens restantes foram obrigados a ficar no navio, que recebeu ordem de deixar o porto. “O capitão recusou esta ordem. A lei marítima o obriga a trazer todos os resgatados do perigo no mar para um local seguro”, afirmou a ONG no Twitter.

Dois outros navios de resgate administrados por ONGs, que somam um total de 900 pessoas resgatadas, aguardam a designação de um porto seguro pela Itália: o Ocean Viking, da ONG SOS Mediterrâneo, com 234 migrantes a bordo e o Rise Above, da Mission Lifeline, com 90.

O navio Geo Barents, da ONG Médicos Sem Fronteiras, com 572 migrantes a bordo, já está em Catânia, após receber permissão para aportar na Sicília, onde as autoridades devem avaliar quais dos sobreviventes a bordo podem desembarcar.

Funcionários da SOS Humanity questionaram a decisão italiana de distinguir entre passageiros classificados como “vulneráveis” ou não. Todos os passageiros do navio foram resgatados no mar e isso por si só lhes dá direito a um porto seguro sob a lei internacional, disse a organização.

No Twitter, a ONG SOS Mediterrâneo pediu que todos os sobreviventes dos navios humanitários possam desembarcar sem distinção, pois a seleção no desembarque coloca sua segurança e saúde em risco.

De acordo com o Ministério do Interior da Itália, desde o início de 2022 pelo menos 87,4 mil migrantes chegaram à Itália pelo mar, sendo a maioria deles do Egito (17,7 mil), Tunísia (16,9 mil) e Bangladesh (12,3 mil). De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), pelo menos 1.747 migrantes morreram ao tentar cruzar o Mediterrâneo Central desde o início do ano.

Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação Virtual

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