Pelo menos 227 migrantes foram resgatados nas Ilhas Canárias, na Espanha, na quinta-feira, 22, segundo autoridades locais. O caso ocorreu um dia após a morte de mais de 30 migrantes em uma das rotas mais mortais de imigrantes do mundo.
Os imigrantes viajavam em botes infláveis perto das ilhas Lanzarote e Gran Canaria, no Atlântico e foram resgatados por serviços de emergência da região. Vários deles foram levados ao hospital para serem tratados com ferimentos leves.
Cerca de 30 migrantes podem ter se afogado depois que o bote onde eles estavam afundou na Gran Canaria. Helena Maleno Garzon, da Walking Borders, disse que 39 pessoas se afogaram, incluindo quatro mulheres e um bebê, enquanto a Alarm Phone disse que 35 pessoas estão desaparecidas. Corpos de um menor de idade e de um adulto foram encontrados equipes de resgate espanholas.
Angel Victor Torres, líder da região das Ilhas Canárias, qualificou o incidente como uma “tragédia” e pediu à União Europeia que estabeleça uma política migratória que “ofereça respostas coordenadas e solidárias” à questão da migração.
Rota Mortal
A rota de migração África Ocidental-Atlântico é considerada uma das mais mortais do mundo. Pelo menos 543 migrantes morreram ou desapareceram nessa jornada apenas em 2022, de acordo com a Organização Internacional para Migração (OIM) da ONU.
A OIM diz que houve 45 naufrágios na rota durante esse período, mas reconhece que o número é “provavelmente subestimado” porque os dados são escassos e incompletos.
A maioria dos que fazem a viagem são de Marrocos, Mali, Senegal, Costa do Marfim e outras partes da África Subsaariana, diz a OIM.
Segundo um relatório da ONU publicado em julho de 2022, desde 2020, cerca de 40 mil pessoas da África Ocidental e do Norte partiram da Costa noroeste da África por meio do Oceano Atlântico, e entrou irregularmente na Espanha na Espanha pelas Ilhas Canárias.
A ONU estima que desde 2014 quase 50 mil migrantes morreram ou desapareceram tentando chegar a destinos como EUA ou União Europeia.
Por BBC