Mais da metade do total são crianças e adolescentes com menos de 18 anos
Pelo menos 1,1 bilhão de pessoas vivem em pobreza extrema em 112 países, de acordo com o relatório “Índice de Pobreza Multidimensional (MPI)”, publicado nesta quinta-feira, 17, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Oxford Poverty and Human Development Initiative (OPHI).
De acordo com a edição de 2024 do relatório, do total de pessoas em pobreza extrema globalmente, pelo menos 455 milhões (40%) vivem em países expostos a conflitos violentos, dificultando o progresso para reduzir a pobreza.
O PNUD destaca que a redução da pobreza tende a ser mais lenta em países afetados por conflitos, onde também são observados os maiores índices de pobreza. O relatório apresenta um estudo de caso aprofundado sobre o Afeganistão, onde mais 5,3 milhões de pessoas caíram na pobreza multidimensional durante o período de 2015/16 e 2022/23. De acordo com o documento, no período de 2022/23, quase 65% dos afegãos eram pobres.
O relatório aponta que os países em guerra apresentam maiores privações em todos os dez indicadores de pobreza multidimensional. Segundo a pesquisa, em países afetados por conflitos, mais de uma em cada quatro pessoas pobres não tem acesso à eletricidade, enquanto que em países mais estáveis, pouco mais de uma em cada vinte pessoas não tem acesso à eletricidade. Essas disparidades também são observadas em áreas como educação infantil, nutrição e mortalidade infantil, sendo que a pesquisa concluiu que as privações mais severas foram observadas em nutrição, acesso à eletricidade e acesso à água e saneamento.
Segundo o relatório, dos 1,1 bilhão de pessoas pobres, mais da metade, o equivalente a pelo menos 584 milhões, são crianças e adolescentes com menos de 18 anos. A nível global, pelo menos 27,9% das crianças vivem na pobreza, em comparação com 13,5% dos adultos.
De acordo com o documento, pelo menos 637 milhões de pessoas pobres vivem com uma pessoa subnutrida em sua casa, dos quais 272 milhões estão localizadas no sul da Ásia e outros 256 milhões na África Subsaariana.
O Índice de Pobreza Multidimensional foi criado em 2010 com o objetivo de ser uma ferramenta para identificar as pessoas mais vulneráveis, revelando padrões de pobreza dentro dos países e ao longo do tempo, de forma a permitir que os formuladores de políticas direcionem recursos e elaborem políticas mais eficazes para essas populações.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação