Nessa quarta-feira, 7, o Papa Francisco retomou as Audiências Gerais, que estavam suspensas desde 26 de junho devido à pausa de verão. Na Sala Paulo VI, o Pontífice deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre “O Espírito e a Esposa. O Espírito Santo conduz o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança”. Ao final da Audiência Geral, Francisco recordou os países que sofrem com a guerra.
“Depois de ter contemplado o Espírito Santo na obra da Criação, contemplá-lo-emos durante algumas semanas na obra da Redenção, isto é, de Jesus Cristo”, disse o Papa introduzindo o tema do dia, “Espírito Santo na Encarnação do Verbo”, e o início da contemplação do Novo Testamento.
Francisco parte do dado fundamental da fé, estabelecido pela Igreja no Concílio Ecumênico de Constantinopla do ano 381 que definiu a divindade do Espírito Santo, este artigo entrou na fórmula do “Credo”, recitado em cada Missa: o Filho de Deus “se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”, e completou:
Francisco recorda que as passagens Bíblicas que revelam a profunda relação entre Maria e o Espírito Santo, confirmado por Mateus, que diz que Maria “ficou grávida por obra do Espírito Santo” (1,18). O Papa afirma que, desde muito cedo, esse fato foi acolhido e colocado no coração do Símbolo de Fé da Igreja, tendo sido estabelecido no Concílio Ecuménico de Constantinopla de 381, que definiu a divindade do Espírito Santo, quando este artigo entrou na fórmula do “Credo”.
“Portanto, trata-se de um dado de fé ecuménico, pois todos os cristãos professam juntos esse mesmo Símbolo da fé. A piedade católica, desde tempos imemoráveis, extrai dele uma das suas orações quotidianas, o Angelus”, afirma o Papa
O Pontífice destaca que “este artigo de fé é o fundamento que permite falar de Maria como a Esposa por excelência, que é figura da Igreja”, recordando as palavras de São Leão Magno sobre Jesus: “dado que Ele nasceu por obra do Espírito Santo de uma mãe virgem, assim torna a Igreja, sua Esposa imaculada, fecunda com o sopro vital do mesmo Espírito”.
O Papa ressalta que, da mesma forma que Maria primeiro concebeu, recebendo-o em si, em seu coração e na sua carne, e depois deu à Luz Jesus, a Igreja deve, também, acolher a Palavra de Deus, deixando que entre em seu coração, para, depois dá-la à luz “com a vida e a pregação”, recordando que “esta última é estéril sem a primeira.”
Francisco recorda que, também a Igreja, face às tarefas que superam as suas forças, se pergunta: “Como é possível anunciar Jesus Cristo e a sua salvação a um mundo que parece procurar apenas o bem-estar? A resposta é também a mesma de outrora: «Recebereis a força do Espírito Santo […]». Sem o Espírito Santo, a Igreja não pode ir em frente, a Igreja não cresce, a Igreja não pode pregar”.
Isso, ele recorda, se aplica, também, a cada batizado. “Cada um de nós encontra-se por vezes, na vida, em situações maiores do que as próprias forças e pergunta-se: “Como posso enfrentar esta situação?”. Nesses casos, afirma Francisco, devemos retomar nosso caminho, tendo a certeza de que “Nada é impossível a Deus”, destacando que, “se acreditarmos nisto, faremos milagres. Nada é impossível a Deus.”
Papa recordou países em guerra
Ao final da Audiência Geral, o Papa recordou que acompanha “com grande preocupação a situação no Oriente Médio” e reiterou seu apelo para que “haja um cessar-fogo imediato em todas as frentes, a começar por Gaza”, que enfrenta uma grave situação humanitária. “Rezo para que a busca sincera da paz extinga a discórdia, para que o amor vença o ódio e para que a vingança seja desarmada pelo perdão”, disse o Pontífice.
Francisco pediu, ainda, que os fiéis se unam em oração pela Ucrânia, por Myanmar e pelo Sudão. “Que estes povos devastados pela guerra encontrem em breve a paz tão desejada”, disse o Papa, que pediu ainda a união de esforços e orações para que “seja eliminada a discriminação étnica nas regiões do Paquistão e do Afeganistão, especialmente a discriminação contra as mulheres.”
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação