De acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgados nesta sexta-feira, 20, o ano de 2024 foi o ano mais mortal para os migrantes, com mais de 8.900 mortes registradas. Os números superam os anos de 2023 e 2016, que já detiveram os maiores números de mortes e desaparecimentos de migrantes em rotas migratórias.
Os dados apontam que, no total, 8.938 migrantes morreram ou desapareceram em rotas migratórias de todo o mundo em 2024, superando as 8.747 mortes de migrantes registradas pela OIM em 2023, que já haviam ultrapassado as 8.288 fatalidades registradas em 2016, até então o maior número registrado.
Os números divulgados pela OIM mostram a continuidade de uma tendência de 5 anos de aumento nos números de fatalidades envolvendo migrantes. “A tragédia do crescente número de mortes de migrantes em todo o mundo é inaceitável e evitável. Por trás de cada número há um ser humano, alguém para quem a perda é devastadora”, disse o vice-diretor geral de operações da OIM, Ugochi Daniels.
Em 2024, além dos números globais, algumas regiões também registraram os maiores números de mortes de migrantes já vistos desde o início dos registros, sendo elas a Ásia, com 2.778, superando os dados do Mar Mediterrâneo, África, com 2.242, e Europa, com 233 mortes.
No ano passado, o Mar Mediterrâneo, que nos anos anteriores registrou os maiores números de fatalidades envolvendo migrantes, registrou um total de 2.452 mortes, apresentando uma queda nos registros em comparação com os dados de 2023, quando foram documentadas 3.155 mortes de migrantes na região.
Segundo a OIM, ainda não existem dados finais para as Américas, mas pelo menos 1.233 migrantes morreram na região em 2024. Desse total, segundo dados do projeto Migrantes Desaparecidos da OIM, pelo menos 523 aconteceram na travessia da fronteira entre EUA e México, 284 no Caribe e 174 na travessia do Darién.
A OIM destaca que, apesar de já serem altos, “o número real de mortes e desaparecimentos de migrantes é provavelmente muito maior, já que muitos ficaram sem documentação devido à escassez de fontes oficiais.”
Desde o início de 2025, o projeto Migrantes Desaparecidos já registrou 1.044 mortes de migrantes em rotas de todo o mundo, sendo a maioria no Mar Mediterrâneo, onde foram registradas 365 fatalidades, e na Ásia Ocidental, com 265 registros.
Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação