Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, 03, o Papa Francisco renovou seu apelo por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e expressou sua tristeza pelos jovens que perdem suas vidas na guerra, em especial na Ucrânia. Durante a catequese da Audiência Geral, ele destacou que a justiça é necessária para que haja paz no mundo.
“Infelizmente, continuam a chegar notícias tristes do Médio Oriente”, recordou o Papa, que reafirmou seu apelo ao cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. “Expresso o meu profundo pesar pelos voluntários mortos enquanto participavam na distribuição de ajudas humanitárias em Gaza. Rezo por eles e pelas suas famílias”, disse Francisco, lembrando os sete trabalhadores humanitários da ONG Cozinha Mundial Central, que foram mortos em ataque israelense a um comboio da instituição que deixava a cidade de Rafah na segunda-feira, 01.
O Pontífice apelou ao acesso à ajuda humanitária pela população civil e à libertação imediata dos reféns. “Evitem-se todas as tentativas irresponsáveis de alastrar o conflito na região e que se trabalhe para que esta e outras guerras que continuam a levar a morte e o sofrimento a tantas partes do mundo possam terminar o mais rapidamente possível”, pediu o Papa, que pediu orações e trabalho incansáveis para que “as armas sejam silenciadas e a paz volte a reinar.”
Francisco recordou ainda a “martirizada Ucrânia”, onde tantas pessoas já morreram. O Papa tinha em mãos um rosário e um livro do Novo Testamento, deixados por um jovem soldado morto na guerra da Rússia na Ucrânia. “Este jovem de 23 anos morreu na guerra, em Avdiïvka. Deixou atrás de si uma vida. E este é o seu rosário e o seu Novo Testamento, que ele lia e rezava”, disse o Pontífice, que pediu um momento de silêncio pelas vítimas da loucura da guerra. “A guerra destrói sempre! Pensemos neles e rezemos.”
Desde o início dos conflitos na Faixa de Gaza, em 7 de outubro, pelo menos 32.623 palestinos morreram no enclave, sendo pelo menos 70% deles mulheres e crianças, além de outros 75.092 feridos, segundo informações do Ministério de Saúde de Gaza, comandado pelo Hamas.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a guerra da Rússia na Ucrânia já gerou a morte de pelo menos 10.500 civis e deixou outros 20.000 feridos. Pelo menos 6,4 milhões de ucranianos já se refugiaram em países de todo o mundo desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação