Francisco participou de momento no Memorial dedicado aos marinheiros e migrantes desaparecidos no mar
O Papa Francisco chegou nessa sexta-feira, 22, a Marselha, na França, para o evento “Encontros Mediterrâneos”, que reúne líderes eclesiais e civis dos países que fazem fronteira com o Mar Mediterrâneo. Um dos principais temas do encontro é o fenômeno migratório na região.
Logo após o desembarque em Marselha, o primeiro compromisso oficial do Papa foi um momento de oração mariana na Basílica de “Notre Dame de la Garde”, onde se reuniu com o clero da arquidiocese e com os religiosos que ali desenvolvem seu apostolado. Ainda nessa sexta, Francisco participou no Momento de Recolhimento com os Líderes Religiosos junto ao Memorial dedicado aos marinheiros e migrantes desaparecidos em Marselha.
Durante sua fala no Memorial, o Papa pediu que “não nos habituemos a considerar os naufrágios como meras notícias de jornal, nem os mortos no mar como números: são nomes e apelidos, são rostos e histórias, são vidas despedaçadas e sonhos desfeitos”. Francisco exortou, ainda, ao cuidado dos mais frágeis, pedindo que sejamos exemplo de “acolhimento recíproco e fraterno.”
Após o Angelus de domingo, 17, Francisco falou sobre sua viagem à Marselha para os “Encontros mediterrâneos”, “uma bela iniciativa que se realiza em importantes cidades do Mediterrâneo, reunindo líderes eclesiais e civis para promover percursos de paz, colaboração e integração em torno do mare nostrum”, disse o Pontífice, falando sobre a atenção especial dada “ao fenômeno migratório que não é um desafio fácil, como vemos também pelas notícias dos últimos dias, mas que deve ser enfrentado em conjunto.”
Na semana passada, cerca de 10 mil migrantes chegaram à ilha italiana de Lampedusa, no Mediterrâneo Central, o que havia elevado as chegadas à Itália a cerca de 125 mil em 2023. Desde então, os números voltaram a subir, com 128.608 chegadas ao país, segundo o ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados.
Segundo o projeto Missing Migrants da Organização Internacional para as Migrações (OIM) em 2023 pelo menos 2.093 migrantes morreram ou desapareceram tentando cruzar o Mediterrâneo Central, superando as 1.417 mortes de 2022. Desde 2014, a OIM registrou 22.341 mortes de migrantes na região, sendo 2016 o ano mais mortal, com 4.574 registros.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação, com informações do Vatican News