O Vaticano divulgou nesta quarta-feira, 19, a Mensagem do Papa Francisco para o 62º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no dia 11 de maio, com o tema “Peregrinos de esperança: o dom da vida”.
O Papa inicia o texto com um “alegre e encorajador convite” a ser peregrinos de esperança. Ele destaca que a vocação é um dom semeado nos corações por Deus, que chama cada um a sair de mesmo para um caminho de amor e serviço. O pontífice ressalta, ainda, que cada vocação na Igreja “é sinal da esperança que Deus nutre pelo mundo e por cada um dos seus filhos.”
Francisco recorda que, atualmente, muitos jovens se sentem perdidos e, muitas vezes, vivem com incerteza quanto às perspectivas de emprego, experimentando “uma crise de identidade que é uma crise de sentido e de valores”. A injustiça para com os mais pobres, a indiferença egoísta e a violência da guerra ameaçam os projetos de vida que os jovens cultivam em seu íntimo, afirma Francisco, que, no entanto, destaca que Deus conhece o coração de cada um e não nos abandona na insegurança, mas “quer suscitar em cada um a consciência de ser amado, chamado e enviado como peregrino de esperança.”
O Papa Francisco chama os membros adultos da Igreja a acolher, discernir e acompanhar o caminho vocacional das novas gerações e convida os jovens a serem protagonistas desse caminho, junto ao Espírito Santo, que provoca “o desejo de fazer da vida um dom de amor.”
Acolher o caminho vocacional
“É necessário tomar consciência de que o dom da vida exige uma resposta generosa e fiel”, ressalta Francisco, que convida a olhar para o exemplo dos jovens santos e beatos que responderam ao chamado de Deus, vivendo a vocação como um caminho para a felicidade plena. “Toda a vocação, sentida na profundidade do coração, faz germinar uma resposta como impulso interior ao amor e ao serviço, como fonte de esperança e caridade e não como busca de autoafirmação”, afirma o Papa.
Francisco destaca que toda vocação é “animada pela esperança, que se traduz em confiança na Providência”, e se fortalece no compromisso cotidiano de fidelidade ao Evangelho, através da oração, no discernimento e no serviço. “O mundo precisa de jovens peregrinos de esperança, corajosos em dedicar a sua vida a Cristo, cheios de alegria por serem seus discípulos-missionários”, sublinha o Papa.
Discernir o caminho vocacional
“A descoberta da própria vocação passa por um caminho de discernimento. Este percurso nunca é solitário, mas desenvolve-se no seio da comunidade cristã e com ela”, ressalta Francisco, que recorda aos jovens que, enquanto o mundo os induz “a fazer escolhas precipitadas e encher os dias de barulho”, eles devem ter a coragem de parar e conversar com Deus, pois o silêncio da oração é indispensável para entender o chamado de Deus e dar uma resposta livre e consciente.
O Papa sublinha que o recolhimento ajuda a entender que “todos podemos ser peregrinos de esperança se fizermos da nossa vida um dom, especialmente a serviço daqueles que habitam as periferias materiais e existenciais do mundo”. Ele aponta que quem escuta o chamado de Deus não pode ignorar o grito dos irmãos e irmãs excluídos, feridos e abandonados, pois “cada vocação abre para a missão de ser presença de Cristo onde mais se sente necessidade de luz e consolação.”
Acompanhar o caminho vocacional
Francisco encoraja os agentes pastorais e vocacionais a não terem medo de acompanhar os jovens “com a esperançosa e paciente confiança da pedagogia divina”, sendo para eles pessoas capazes de escutar e acolher, disponíveis para os ajudar em seu caminho. Ele exorta, ainda, que seja promovido o cuidado da vocação cristã nos vários campos da vida, favorecendo a abertura espiritual de cada um à voz de Deus.
Ele ressalta que a Igreja precisa de pastores, religiosos, missionários e esposos que, saibam dizer “sim” ao chamado de Deus. “A vocação nunca é um tesouro que fica fechado no coração, mas cresce e fortalece-se na comunidade que crê, ama e espera. E como ninguém pode responder sozinho à chamada de Deus, todos temos necessidade da oração e do apoio dos nossos irmãos e irmãs”, sublinha.
“A Igreja é viva e fecunda quando gera novas vocações”, destaca o Papa, que pontua que “o mundo, muitas vezes inconscientemente, procura testemunhas de esperança que anunciem com a vida que seguir Cristo é fonte de alegria”. Por isso, ele afirma, não podemos nos cansar de pedir ao Senhor por novas vocações.
“Queridos jovens, confio o vosso seguimento de Jesus à intercessão de Maria, Mãe da Igreja e das vocações. Caminhai sempre como peregrinos de esperança no caminho do Evangelho!”, finaliza o Papa.
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Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação