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“Renunciemos à cultura da indiferença”, pede Papa Francisco em mensagem aos jovens reunidos no Med24

O Papa Francisco enviou nesta terça-feira, 17, uma mensagem em vídeo aos jovens reunidos no “Med24 – Peregrinos da Esperança. Construtores de paz”, em Tirana, Albânia, de 15 a 21 de setembro. Cinquenta jovens de países do Mar Mediterrâneo e do Mar Negro se reúnem no encontro, que é promovido pelas Igrejas do Mediterâneo, para promover o diálogo e a cooperação entre os jovens e os bispos, a fim de enfrentar desafios e oportunidades comuns.

Francisco recordou sua visita a Tirana em 2014, recordando suas palavras durante o Angelus em 21 de setembro daquele ano: “Vós sois a nova geração da Albânia”, reforçando seu pensamento dizendo: “Vós, a nova geração, sois o futuro da região mediterrânica”.

“Somos todos peregrinos de esperança, caminhando em busca da verdade, vivendo nossa fé e construindo a paz – porque a paz precisa ser construída”, disse o Papa, ressaltando que Deus ama a todos, sem fazer diferença entre as pessoas. “A fraternidade entre as cinco margens do Mediterrâneo que você está estabelecendo é a resposta”, destacou, “a melhor resposta que podemos oferecer aos conflitos e às diferenças mortais”.

O Papa convidou, ainda, os jovens “a aprender juntos a discernir os sinais dos tempos”, exortando a contemplar as diferenças entre as tradições como uma riqueza, ressaltando que a diversidade das identidades culturais e religiosas “é um dom de Deus.”

“Coloquem no meio a voz daqueles que não são considerados”, pediu Francisco, que recordou, também, os migrantes, forçados a deixar seus países, muitas vezes ainda muito jovens, em busca de um futuro melhor. “Por favor, cuide de todos: eles não são simplesmente números, mas pessoas, e cada pessoa é sagrada. Estamos falando de rostos individuais cuja dignidade deve ser melhorada e protegida. Renunciemos à cultura da indiferença, para abrir a porta do acolhimento e da amizade”, disse.

Francisco concluiu sua mensagem confiando os participantes à Maria, Mãe do Bom Conselho, padroeira da Albânia, destacando que ela sempre direcionou seu olhar maternal aos acontecimentos do país. “Aprendeis do seu Imaculado Coração a ser peregrinos inquietos de esperança e a seguir os sinais de Deus, para que a região mediterrânica recupere a sua melhor característica: a expressão da fraternidade e da paz, e não poderá ser mais um cemitério!”

Segundo o projeto Migrantes Desaparecidos, da Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo menos 30.333 migrantes morreram ou desapareceram ao tentar cruzar o Mar Mediterrâneo desde 2014, quando os dados começaram a ser contabilizados.

Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação

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