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Scalabrinianas: 130 anos por um mundo sem fronteiras

Neste sábado, 25, a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, Scalabrinianas, celebra os 130 anos de sua fundação e da chegada da Bem-aventurada Assunta Marchetti, cofundadora da Congregação, ao Brasil.

O carisma da Congregação nasceu no fim do século XIX, durante a grande emigração italiana para as Américas. Em 1876 e 1905, em torno de 4 milhões de italianos migraram para as Américas, sendo mais de 1 milhão para o Brasil.

Na Estação de Milão, São João Batista Scalabrini, bispo de Piacenza, Itália, viu uma multidão empobrecida, que aguardava o trem que os levaria ao porto, de onde partiriam para as Américas. Ele próprio narra a cena que o comoveu:

“Passando pela estação, vi a vasta sala, os pórticos laterais e a praça adjacente invadidos por trezentos ou quatrocentos indivíduos, vestidos pobremente, divididos em diversos grupos. Em suas faces bronzeadas pelo sol, sulcadas por rugas precoces que a privação costuma imprimir, transparecia o tumulto dos afetos que agitavam seus corações, naquele momento […]. Eram migrantes. Pertenciam às províncias da Alta Itália e esperavam, com ansiedade que o trem os levasse às margens do Mediterrâneo e de lá para as longínquas Américas […]. Parti comovido. Uma onda de pensamentos tristes me amarguravam o coração”.

São Scalabrini percebeu a necessidade de cuidar das populações que migravam em massa da Europa para as Américas. Assim, ele fundou, em 1887, a Congregação dos padres Missionários de São Carlos, e, em 1889, a Sociedade São Rafael, um movimento leigo a serviço dos migrantes.

Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo
Em vista de uma assistência mais completa aos migrantes, São João Batista Scalabrini fundou, em 25 de outubro de 1895, a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo. O primeiro grupo de missionárias foi reunido pelo Pe. José Marchetti, composto por sua irmã Assunta Marchetti, sua mãe, já viúva, Carolina Marchetti, e as jovens Angela Larini e Maria Franceschini.

Pe. Marchetti conduziu o grupo ao bispo Scalabrini, em Piacenza, que acolheu seus votos e entregou-lhes o crucifixo de missionárias. Como um pai, Scalabrini disse: “Ide confiantes, filhas, mandar-vos-ei depois outras coirmãs e vós retornareis para formar-vos e consolidar-vos no espírito religioso”. De lá, partiram para Gênova, onde embarcaram no navio rumo ao Brasil.

Durante a longa viagem de navio, Assunta e as companheiras prepararam 83 crianças para a primeira eucaristia e ajudaram a reanimar a fé e a esperança dos companheiros de êxodo. No Brasil, o orfanato Cristóvão Colombo, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, foi o local onde as primeiras Irmãs Scalabrinianas iniciaram a sua atividade apostólica junto aos órfãos.

No Brasil, as quatro pioneiras se dedicaram ao trabalho junto aos órfãos filhos dos imigrantes italianos trazidos Pe. Marchetti, expandindo, depois, o trabalho nas áreas da saúde, educação e trabalho sociopastoral por todo o mundo.

Completando 130 anos de história junto aos migrantes e refugiados, as Irmãs Scalabrinianas estão presentes em 27 países, com a missão do serviço evangélico e missionário aos migrantes e refugiados, especialmente aos mais pobres e necessitados. Nos vários países onde atuam, as Scalabrinianas se dedicam a servir através de casas e centros de acolhida e promoção dos migrantes e refugiados, missões itinerantes, catequese, presenças nas pastorais de mobilidade humana, escolas e hospitais.

XV Capítulo Geral
Em 2025, as Scalabrinianas realizam, ainda, seu XV Capítulo Geral, que acontece de 16 de outubro a 9 de novembro em Rocca di Papa, Roma, Itália, com o tema “Caminhar juntos… com migrantes e refugiados”, inspirado pela passagem bíblica: “O próprio Jesus aproximou-se” (Lc 24,15). Representando os diferentes âmbitos e áreas de atuação missionária da Congregação, 32 Irmãs estão reunidas no Capítulo.

“Este Capítulo é de grande importância porque se realiza dentro de um contexto do Jubileu do Ano Santo e dos 130 anos de fundação da Congregação e, ao mesmo tempo, dentro de um contexto de grandes mudanças no qual estamos vivendo”, ressalta Ir. Neusa de Fátima Mariano, Superiora Geral das Irmãs Scalabrinianas.

Por Amanda Almeida, do Serviço de Comunicação

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Estão presentes em muitos países do mundo.
Para melhor exercer sua missão, a Congregação divide-se em províncias/regiões de missão.
 
Nestes espaços, as irmãs se dedicam à missão que aceitaram realizar, comprometendo-se com a vida, especialmente dos que mais sofrem, dos migrantes, dos refugiados.
 
São mulheres que escolheram seguir o chamado de Deus, confiando-lhes uma linda e importante missão na igreja.

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