Um surto de sarna foi identificado por médicos da Prefeitura de Guarulhos entre os refugiados afegãos que estão acampados no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Cerca de 20 refugiados afegãos que estão abrigados no foram diagnosticados com escabiose, também conhecida como sarna, na quinta-feira, 22.
Algumas medidas foram adotadas para que os refugiados possam conseguir fazer a higienização necessária, bem como manter um certo isolamento, visto que 208 pessoas continuam acampadas em Guarulhos.
O Coletivo Frente Afegã, Afghanistan Refugee Rescue Organization e o Projeto Abarcar pressionam a administração do aeroporto em busca da liberação dos banheiros para os afegãos. Segundo denúncia feita pelas organizações, desde agosto de 2022, quando os primeiros afegãos chegaram ao país, o aeroporto liberou a utilização dos vestiários com chuveiros apenas três vezes.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Guarulhos informa que os afegãos identificados com a doença receberam atendimento no local, com prescrição de medicamentos para o tratamento. Ainda de acordo com a nota, são realizadas ações de saúde no aeroporto semanalmente, como vacinação e investigação epidemiológica, consultas médicas no local e orientações de saúde.
Em suas redes sociais, Ticiano Americano, presidente da Câmara, disse que acionou o Governo Federal e a Anvisa, alegando que a prefeitura de Guarulhos não tem condições para “colocar todo mundo no isolamento”.
Sem vagas
Em nota, a GRU Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, informa que “tem contribuído no suporte à realização de procedimentos de higiene pessoal e manutenção de limpeza constante do espaço. A higienização dos banheiros daquela área também foi intensificada. O vestiário, por se tratar de uma área operacional destinada a funcionários, é viabilizado dentro das condições e disponibilidade do aeroporto, de acordo com um planejamento alinhado com a Prefeitura de Guarulhos”, diz.
Ao todo, existem 1.059 vagas destinadas a imigrantes e refugiados em centros de acolhida em São Paulo e em Guarulhos, incluindo equipamentos gerenciados pelas prefeituras e pelo governo do estado. Porém, 100% dessas vagas estão ocupadas.
Por Nayá Fernandes, da Equipe de Comunicação com informações do UOL e prefeitura de Guarulhos