Conflitos no Sudão já geraram mais de 12 milhões de deslocados internos e refugiados no exterior
De acordo com os dados mais recentes da Matriz de Rastreamento de Deslocados (DTM, na sigla em inglês) da Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo menos 9,9 milhões de pessoas estão internamente deslocadas no Sudão. Mais de 2 milhões de pessoas se refugiaram em países vizinhos, em especial no Chade, Sudão do Sul e Egito.
Segundo a DTM, os conflitos no Sudão já deixaram pelo menos 9.957.655 internamente deslocadas. Em comunicado, a OIM alerta que o número pode ultrapassar os 10 milhões nos próximos dias, com o agravamento do que chama de “a pior crise de deslocamento interno do mundo”.
Os dados apontam que pelo menos 56% do total de deslocados são menores de 18 anos, enquanto 52% dos quase 10 milhões registrados são mulheres e 26% são crianças com menos de 5 anos. Do total de deslocados internos em cada estado, a maior proporção de menores de 18 anos está no Mar Vermelho (60%), seguido por Darfur do Norte (59%) e Darfur do Sul (58%).
A Matriz de Rastreamento de Deslocados já registrou, até o momento, 2.111.791 travessias da fronteira do Sudão para países vizinhos, sendo a maioria para o Chade (758.128), Sudão do Sul (669.929), Egito (514.827) e Etiópia (129.483). Desses, o país com o maior número de refugiados não-sudaneses vindos do Sudão é o Sudão do Sul, com 530.635, seguido pelo Chade, com 165.864, e Etiópia, com 66.260.
Considerando os números de deslocados internos e de refugiados em países vizinhos, cerca de 12 milhões de pessoas já foram forçadas a fugir de suas casas no Sudão, em uma guerra civil de grande escala que, desde abril de 2023, continua se expandindo por todo o país, onde vivem cerca de 50 milhões de pessoas.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação