Estima-se que 10 mil migrantes aguardam na fronteira o fim do Título 42, que impede solicitações de asilo nos EUA
Á meia noite de quinta-feira, 11, deixará de valer nos Estados Unidos a medida da pandemia conhecida como Título 42, que impedia migrantes de solicitar asilo no país. Como medida de segurança, o governo americano enviou mil e quinhentos soldados para a fronteira, com o objetivo de conter imigrantes que tentem cruzar ilegalmente.
Nos últimos dias, centenas de migrantes passaram a se acumular em Tijuana, enquanto esperam no México pelo fim da política, quando esperam poder solicitar asilo nos EUA. De acordo com autoridades americanas pelo menos 12 mil pessoas podem tentar entrar ilegalmente no país diariamente após o fim da medida.
Segundo o prefeito de Tijuana, entre 8 e 10 mil pessoas estão atualmente na cidade, enquanto aguardam o fim do Título 42, mas uma grande caravana de migrantes deve chegar ao local até sexta feira, 12, elevando esse número para entre 12 e 15 mil pessoas.
Após o fim do Título 42, será utilizado o Título 8, que permite solicitar asilo, um processo que pode demorar anos para ser concluído, mas também permite a deportação acelerada daqueles que não se enquadram nos requisitos da solicitação de refúgio, impedindo sua entrada nos EUA por cinco anos.
Apesar da expectativa dos migrantes pela possível entrada nos EUA após o fim da medida, o governo americano ressalta que a fronteira não estará aberta. Uma das medidas estudadas pelo governo é, inclusive, a obrigatoriedade de solicitar asilo antes de cruzar a fronteira, o que poderia reduzir o fluxo de imigrantes na fronteira.
No mês de março, 191.899 migrantes foram apreendidos ao tentar entrar ilegalmente nos EUA, segundo dados do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. No total, durante o ano fiscal de 2023, mais de 1,2 milhões de pessoas foram apreendidas na fronteira com o México.
Em janeiro, o governo americano anunciou uma política que permite que até 30 mil cidadãos da Venezuela, Nicarágua, Haiti e Cuba entrem nos EUA todos os meses, desde que cheguem ao país por vias legais e correspondam a uma série de requisitos. A medida também facilita a expulsão de nacionais desses países que entrem ilegalmente no país e os tornam inelegíveis para a entrada legal através da política.
Por Amanda Almeida, da Equipe de Comunicação